Dirigido por: Michael Haneke
Duração: 145 minutos
Michael Haneke é um diretor um pouco mais conhecido depois de ter feito o tenso e maravilhoso “Violência gratuita” que já foi resenhado aqui. Teve até um remake hollywoodiano dirigido por ele mesmo. Este filme ganhou o leão de ouro de Cannes este ano. Uma sessão lotada para ver um filme em preto e branco, provavelmente por causa do prêmio em Cannes. Este é um filme difícil de resenhar, porque posso dar a minha interpretação do suspense e estragar o raciocínio de algumas pessoas ou ajudá-las, vou tentar ser o menos esclarecedor possível, quem quiser depois me pergunte o que aconteceu.
Depois do medico temos outro “acidente” que acontece, desta vez com uma morte. Depois acontecem algumas violências com algumas das crianças da comunidade que assustam as pessoas que não sabem o que fazer, porque não encontram nenhum culpado. Durante todo o filme temos sutis indícios de quem possam ser os culpados pelos atos de violência. O titulo do filme pode ser uma boa ajuda para descobrirmos o que é todo o suspense. Falando em suspense, o filme é muito tenso.
Haneke a todo instante passa imagens e situações que faz com que se sinta, muito angustiado, por não ter respostas, ele vai apenas apontando fatos e não esclarece nada, cenas cada vez mais tensas, chegando a ápices quando temos diálogos que passam uma violência psicológica intensas, como o medico sendo totalmente violento com uma amante, que é parteira do vilarejo. E outras de um pastor com seus filhos, quando eles fazem o que não é da religião deles. Quem viu Violência Gratuita, infelizmente único filme que vi do Haneke, sabe como ele usa a psicologia dos personagens para causar situações muito tensas, a fotografia obscura, o preto na maior parte do tempo se sobressaindo sobre o branco, tendo subexposições macabras e cenas com a câmera estática e alguns momentos sem diálogos e ações intensificam a tensão que o filme vai causando, não há como não ficar angustiado.
Em paralelo aos crimes temos mostrado a cultura e costumes de um povo que vive um momento pré-guerra na Europa, situações de um pequeno vilarejo que dependem de trabalho que é dado por um barão que comanda tudo o que acontece na cidade, algumas situações de exploração, como as pessoas se relacionavam com os filhos, as situações de pré-casamento e noivado, tudo isto mostrado com sutileza, mesmo inserido num contexto violento de crimes e toda a tensão do filme.

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