Música: Shift
Artista: Macaco Bong

A Teta Assustada (La teta asustada).

Dirigido por: Claudia Llosa.
Duração: 95 minutos.

Este é um filme co-produzido entre Espanha e Peru, a estória ocorre na periferia da capital peruana, Lima. Teta assustada é uma doença psicológica causada pelo medo, através de traumas causados pelo terrorismo, miséria e guerra. Assim acreditam os povos indígenas do Peru.

Fausta é a jovem personagem que tem a teta assustada. Sua mãe a teve mesmo tendo sido concebida através de um estupro, sua mãe vem a falecer e isso causa uma grande mudança em sua vida. Fausta quer levar o corpo de sua mãe até o vilarejo onde nasceu, só que a falta de dinheiro se torna um grande empecilho, já que, precisa de um caixão e ainda pagar o transporte, uma luz surge ao fim do túnel quando a tia de fausta lhe arruma um emprego de doméstica em uma mansão.

Por sorte Fausta acaba indo trabalhar para uma velha compositora que passa por um momento de crise criativa. Quando viva a mãe de Fausta lhe ensinou a cantar para afastar a dor e o medo, nenhuma canção em especial, elas usam o sentimento momentâneo e junto de uma melodia criam uma letra, uma canção improvisada impulsionada pelo ardor sentimental. Não é um musical, as canções apenas complementam o filme, como se fosse uma trilha sonora interpretada pelos personagens e não uma música e uma coreografia que aparecem do nada. Aída a compositora, descobre o talento de Fausta e elas fazem um acordo. Aída lhe dará uma pérola do seu colar à cada canção que Fausta lhe cantar. Fausta que vive em uma tristeza profunda, uma timidez atípica, não consegue cantar á todo momento, somente em situações de esplendor sentimental.

Fausta tem total aversão à homens, sua mãe lhe falava tanto sobre estupro que ela acabou se reprimindo, ao ponto de colocar uma batata em sua vagina para que ninguém pudesse estuprá-la, as cenas focadas nesta situação são completamente constrangedoras e bizarras, mostrando !um dos sintomas” que a teta assustada causa em Fausta. Esta aversão lhe causa problemas de relacionamento até para falar com o jardineiro da mansão onde trabalha.

A Sr. Aída tem um concerto anual onde precisa apresentar uma nova música, com a ajuda de Fausta ela alcança seus objetivos, só que não quer cumprir a promessa que havia feito a Fausta de lhe dar as pérolas.

De pano de fundo vemos alguns costumes de um povo de periferia, que lembra bastante os dos brasileiros, em uma festa de casamento de uma prima de Fausta, vemos o povo trabalhador e pobre, dançando, bebendo, se divertindo, esquecendo dos problemas da miséria e do dia-a-dia. Personagens típicos de uma era moderna, também estão presentes, como um gay travestido assumido, um jovem vestido como seus ídolos, uma jovem que sonha se casar com um lindo vestido de noiva, todos tentando superar os traumas e medos de um momento muito ruim que viveram num passado recente. Um momento de reconstrução em suas vidas.

A teta assustada é um filme triste com belas imagens e uma estória que num primeiro momento tende ao bizarro, mas que após a reflexão se torna tão real quanto o nosso próprio dia-a-dia.

Música: Aluga-se-Vende
Artista: Móveis Coloniais de Acaju

Paulo Poeta Proibido

Um filme de: Anderson Dino
dirigido por: Paulo Oliveira

Música: Sabo
Artista: Hurtmold

Olá.

Por motivos que desconheço o FIZTV página em que vinha postando
as produções da INMI Films (Insanity Mind) foram encerradas.

terei que colocar os videos que faltam no youtube.

principalmente o Tedio, que vem tendo uma boa recepção por parte
do público e foi indicado a duas categorias no 1° festival de curtas do Satyros.

Algums coisas que estão no youtube, para os que ainda não tiveram
a oportunidade de assistir:

Sonho (Trailler):
http://www.youtube. com/watch? v=AJwA5PmRL4w

Sonho (curta completo):
http://www.youtube. com/watch? v=3vxBZdZ52wE

A queda (curta de palhaçada):
http://www.youtube. com/watch? v=v7dLUdKFRdQ

mais videos confira em:
http://www.youtube. com/reverendopau lo

Estamos com dois curtas para serem lançados em Setembro:
(estes curtas provavelmente não estarão na net, porque há cenas de violência
e nudez, que o youtube costuma censurar, para evitarmos problemas, apenas
em mostras ou em mãos estaremos disponibilizando estes materiais).

Fome
Num futuro não tão distante, apenas um homem consegue sobreviver,
ele procura por comida, até que devora suas próprias visceras.

Solidão
Um solitário anti-humano vive seus últimos momentos.


E mais alguns projetos que vão ficar na surdina por enquanto.
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Qualquer dúvida ou problema,
nos contate pelo e-mail:
paulo_olly@yahoo.com.br

O bandido da luz vermelha (nacional)
Dirigido por: Rogério Sganzerla
Duração: 93 minutos.

O bandido da luz vermelha é um dos filmes que consolidam o cinema underground brasileiro. É o primeiro filme de Rogério Sganzerla.

O próprio diretor confessou que o filme não era para ser sobre o bandido da luz vermelha, apenas aproveitou os recentes acontecimentos e adaptou a estória que já havia escrito, para poder promover o seu filme e uma estória de um fora da lei, um western moderno.

Sganzerla coloca como narradores dos filmes duas pessoas, um homem e uma mulher, dois jornalistas que vão falando sobre os acontecimentos que vão ocorrendo com o bandido. “-Ele não perdoa, além de roubar, ele estupra e mata”. Dizem os narradores que a cada momento se revezam nas palavras das frases. As cenas são desconcertantes, tem uma violência, só que não é algo explícito, tem um certo tom de critica social, algo minimalista, um modo de ver tanto a sociedade, como o modo de fazer filmes, na época de seu lançamento, o final dos anos 60.

A estória gira em torno dos roubos do Bandido e de seu romance com uma mulher. Ninguém sabe quem é o bandido, até dizem que ele é um Robin Hood brasileiro. Mas os narradores vão desmentindo todas as fábulas em torno do bandido. Como não podia deixar de ter, temos o bandido e o policial que tenta prende-lo a todo custo, sempre com tentativas fracassadas, sendo enganado pelo bandido e pressionado pelas autoridades e pela sociedade influenciada pelos jornalistas.

O mais interessante deste filme não é o enredo em si e sim o modo de narração que é usado para mostrar os fatos e colocar idéias e mensagens “criptografadas” que nem todos podem decifrar num primeiro momento, nem num segundo, é preciso ter certa bagagem cultural, só que elas estão ali para que possamos além de ver um filme, poder refletir sobre algumas questões que na época e hoje também são apontados como problemas por algumas pessoas. Tanto o modo como encaramos os bandidos, como o modo como encaramos o cinema nacional.

Sem querer defender o modo de vida de um bandido, Rogério coloca argumentos que mostram que apesar de tudo ele também é um ser humano, é claro que não está seguindo as leis da sociedade, mas não deixa de ser um humano. O cinema nacional deixa de ser uma cópia do cinema americano, os planos, os modos de narração, não são comuns de um western, que geralmente é cheio de ação, mocinhos e cavalos, aqui temos uma cidade grande, carros, pobreza.
Vale a pena assistir este filme não apenas por ser um filme do underground nacional, ele tem uma estética que não vemos em qualquer filme, com certeza é um dos melhores filmes nacionais, é uma pena que os filmes nacionais não são mais como estes, são poucos os que ainda ousam, porque não existe público e nem dinheiro para fazer isto. “Se eu fosse você” não perderia um verdadeiro filme nacional de qualidade muito acima da média que tem sido lançado.

Música: Hennin Hardine
Artista: Jucifer

ED WOOD (Idem)
Dirigido por: Tim Burton
Duração: 127min

Tim Burton teve a coragem de filmar a biografia de um cineasta Thrash, aquele que faz filmes com sobras ou o lixo de outras produções, Ed Wood queria ser cineasta e não poupou esforços, trambicagens, mentiras e gambiarras para poder realizar seus filmes.

Johnny Deep é o ator que interpreta Ed Wood, o filme se inicia com uma viagem por cenas parecidas com as dos filmes de Ed Wood, depois corta direto para uma peça de teatro que ele dirigiu, com sua namorada e amigos e quase ninguém na platéia. Mesmo com o fracasso de público e crítica, Ed vê em uma produtora a chance de dirigir seu primeiro filme.

Ed começa a fazer o roteiro de Glen ou Glenda? Que deveria contar a estória de um travesti de Los Angeles, só que ele acaba contando sua própria estória, Ed Wood tinha o fetiche de se vestir de mulher, ele usava as roupas da namorada que tem um choque quando ele conta sua fantasia, mas ela acaba aceitando e ainda faz o filme com ele. Glen ou Glenda? Ainda conta com Bela Lugosi, o ator que fez o lendário Drácula, mas hoje é um drogado e falido.

Ed e Bela Lugosi se conheceram em uma estranha situação, Bela queria comprar um caixão e estava brigando com o vendedor, Ed que era apaixonado por terror, acaba dando uma carona para o Bela e nasce daí uma longa amizade.

Na estréia de Glen ou Glenda? Ed e sua namorada chegam atrasados e num carro conversível aberto em meio a uma chuva, entram no cinema que está uma arruaça por causa do atraso, logo saem porque estão quase destruindo o cinema.

Depois de Glen ou Glenda? Ed começa à procurar uma produtora para fazer seu próximo filme, ele gostaria de ser um Orson Welles que fez sua obra-prima aos 21 anos e ele ainda não conseguiu nem lançar um filme direito. Ed consegue convencer uns pastores à financiar seu próximo filme. O título escolhido pelos pastores é Plano 9 para outro espaço. Novamente com Lugosi e outra atriz principal que enganou Ed, dizendo que financiaria o filme, sua namorada o largou, mas ele encontra outra que o aceita, mesmo com seu fetiche em se vestir de mulher. As gravações vão acontecendo mesmo com imprevistos, a falta de continuidade e com o dinheiro acabando. Ainda tinha no elenco a famosa apresentadora de um programa de horror vampira.

Ed Wood fez vários filmes sempre usando restos de outras filmagens, até cenas excluídas de outros filmes, ele nunca teve reconhecimento com seus filmes, somente no final dos anos setenta com o boom dos filmes thrash americanos. Ele ajudou Bela Lugosi até a morte dele, chegou até a interná-lo em uma clínica de desintoxicação. Ed não conseguiu fazer grandes filmes como Orson Welles, porém ele tem a mesma importância, por ter feito e mostrado ao mundo filmes feitos com pouco dinheiro e muita vontade, um exemplo de superação das dificuldades para se trabalhar com arte, principalmente quando falamos da sétima.

Este filme não é dedicado apenas a fans e conhecedores do trabalhos de Ed Wood, mas à todos aqueles que apreciam o cinema e belas estórias.