terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ibrahim Labyad (Idem)
Dirigido por: Marwan Hamed
Duração: 134 minutos.


 Outro filme da Mostra Internacional de São Paulo que fui ver com certo receio, na verdade este era segunda opção, já que o outro filme que gostaria de ter assistido estava com a sessão lotada, fato recorrente para mi na mostra deste ano, resolvi assistir a este mesmo, para não ficar no vácuo.

 Ibrahim Labyad começa com cenas um tanto violentas, ouve-se alguns ruídos de aflição pela platéia. Logo em seguida há um jovem correndo por becos, com câmera ao estilo Cidade de Deus, depois vemos o mesmo garoto só que já adulto correndo pelos becos e um outro homem também em fuga, as cenas são bem coreografadas e temos até algo que beira o “Le Parkour”, fico um pouco decepcionado por me lembrar em muito o filme Cidade de Deus. Um dos homens que corre é o que dá titulo ao filme, Ibrahim, o outro seu amigo.

 Os dois estão em uma casa, aparentemente de Ibrahim, tirando ferpas que ficaram nas costas de Ibrahim durante a fuga deles. Percebem que foram enganados e não estão com a mercadoria que roubaram. Ibrahim resolve tirar a situação “à limpo” e vai até a área de uma gangue e começa a desafiar todos os capangas, voltam as cenas de ação pelos becos de alguma cidade do Egito. O filme é bem violento com constantes facadas e muito sangue e ação. Ibrahim vai lutando até que é cercado por vários homens e começa a apanhar até que um senhor com uma metralhadora dispara para o alto e dispersa o tumulto. Ibrahim agora é interrogado pelo chefe da gangue, um senhor que em alguns momentos lembra o “padrinho” do poderoso chefão, em certos momentos até chegam a chamá-lo como tal. Ibrahim então é recrutado para trabalhar para o padrinho, ele faz uma única exigência para o padrinho, que possa trazer seu amigo e escudeiro.

 Ibrahim se apaixona pela mulher errada, a única que o seu agora chefe deseja e nunca teve, Ibrahim planeja fugir com ela, mas alguns empecilhos com o passado de suas famílias acabam por afastá-los. Ibrahim vai preso por ter sido entregue, passa um tempo na prisão, seu amigo continua trabalhando para o padrinho. Depois de solto, Ibrahim resolve que não quer mais trabalhar para o padrinho, agora vai ter seu próprio negócio, isso gera um certo conflito com o padrinho, que agora está casado com a mulher que Ibrahim estava apaixonado, o padrinho também era apaixonado por ela, só que ele nunca a teve, depois da morte da mãe dela, ela resolveu casar com o padrinho, desde que ele não a tocasse. Ibrahim vai preso novamente, por causa de outro delator, depois de outro tempo preso ele sai, resolve continuar com seus crimes, Ibrahim agora vive bêbado, mesmo assim resolve enfrentar o padrinho e toda a sua gangue.

 Um encontro final é marcado e mais violência é o cenário para a resolução da estória. O filme lembra bastante a estética do Cidade de Deus, inclusive o roteiro, com cenas de violência em locais carentes dominados pelo crime. No entanto, há diferenças que fazem deste filme, um bom filme, como as cenas de ação e violência que superam o CDD, mesmo com um enredo recheado de clichês de filmes de gangsters, só que este é situado num local muito pobre.

 Provavelmente este filme não esteja no circuito comercial brasileiro, principalmente por ser um filme Egipicio, ao menos não me lembro de nenhum outro filme do Egito passando por aqui, fora dos circuitos de festivais. Quem ainda puder ver tem sessões ainda na mostra. Ou talvez encontre em algum site de filmes cults e undergrounds pela net afora. A pirataria globaliza algumas destas obras. já que pelas vias legais, em países como o Brasil, infelizmente, pelos mais diversos motivos, priorizam os filmes, ditos, blockbusters. Enfim, veja se puder.



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