segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sede de Sangue (Thirst) 
Dirigido por: Park Chan-Wook
Duração: 133 minutos


 Park Chan-Wook que dirigiu a trilogia da vingança com o maravilhoso Old Boy e Mr. Vingança que já esteve aqui no blog. Em época que os vampiros estão em moda pelos jovens através da saga Crepúsculo, que não tive a infelicidade ainda de ver, vemos um filme de vampiro com um dos mais importantes cineastas da atualidade. O titulo nacional apesar de adequada poderia ser outro, muito óbvio para um filme nada óbvio.

 O que se espera de um filme de vampiros? Sangue, crucifixos, mulheres maravilhosas com os seios à mostra, dentadas, caixões, mortes, aversão ao sol e sede por sangue. Encontramos isto tudo neste filme, só que aqui tem muito mais, o óbvio passa bem longe, flertando inclusive com o humor e o absurdo de uma vida normal.

 Um padre, Sang-hyon, depois de viver uma crise que não sabe o que deve fazer da vida, resolve participar de um experimento que parece ser para tentar achar uma cura para a lepra, hoje politacamente correto, Hanseníase. Dos quinhentos voluntários ele é o único que consegue sobreviver, por causa, de uma transfusão de sangue que ele teve, ele teria recebido o sangue de um vampiro.

 O padre começa a ficar conhecido por curar todos que ele toca ou reza, com a fama uma família acaba chamando ele, ele ajuda a família, que eram velhos amigos. Ele começa a freqüentar a casa da família e tem uma atração pela esposa do rapaz que ele salvou do câncer. Tae-joo é o nome dela, ela sofre de sonambulismo, ao menos diz isso para o marido e para a sogra, na verdade ela sai correndo descalça pela rua. Os instintos de vampiro começam a aflorar no padre, ele precisa sempre de sangue para continuar vivendo, começa a pegar sangue de doentes em coma no hospital que era voluntário.

 A estranha atração do Padre por Tae-joo acaba num estranho encontro na loja da família, onde eles começam a transar, em uma cena bem esquisita, nada sensual, com o absurdo de duas pessoas que estão tão necessitadas que não pensam no que estão fazendo direito. Todas as cenas de sexo do filme são maravilhosas, por não serem apenas cenas de duas pessoas transando e sim um estranho movimento de duas pessoas se conhecendo, usando de posições e situações nada convencionais, que trazem para o filme, uma beleza, que beira o cômico.

O padre acaba tendo que matar para conseguir se alimentar, ele chega a matar Tae-joo que é ressucitada, depois de chupar o sangue do Padre. Ele já havia matado o marido de Tae-joo e a mãe dele, estava em estado vegetativo. Os dois viram um casal de estranhos vampiros, um Padre e uma ninfomaníaca, louca para se soltar, se revelar para o mundo. Tae-joo começa a matar muitas pessoas para saciar a sua sede, o padre que mantêm a sua moral cristã, não aceita isso, eles começam a ter uma estranha briga de casais, até que procuram uma saída nada normal, com uma cena final que beira o absurdo, pela situação nada real, e uma beleza fotográfica surpreendente.

 Como a trilogia da vingança, o filme tem um escatologia acima da media, o que deve ser esperado pela maioria dos fãs do cineasta, cenas surpreendentes tanto pela beleza fotográfica, como pelas incríveis situações criadas pelo roteiro, temos cenas de pesadelos, causados pela culpa de assassinato, como um caixão feito com um velho guarda-roupas, para que o Padre conseguisse dormir. Um ótimo filme, vale muito a pena, deve estrear em janeiro nos circuito comercial.


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