sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Quase Elvis (Karaokekungen).

Dirigido por: Petra Revenue.

Duração: 90 minutos.


 Quase Elvis é um filme sueco. Os filmes do norte da Europa na maioria das vezes abordam temas interessantes, falam de problemas existenciais. É claro que em países tão desenvolvidos economicamente, não teriam como falar de pobreza, favelas, fome.

 O filme começa de uma maneira interessante, lembrando o início de “Cães de aluguel” do Tarantino, há alguns homens andando pela rua, chegam em um bar de stripers e ficam conversando sobre assuntos que não envolvem mulheres, na maior parte do tempo. Aqui a estória começa a focar num único personagem, Pirko, que em sueco, parece ser nome de mulher, derepente bêbado, Pirko deixa de falar e começa à dançar com a striper, uma velha chamada, Marilyn, com uma estranha peruca, tentando remeter à Marilyn Monroe. Enquanto Pirko está dançando sua namorada o surpreende com suas malas, o expulsando do apartamento.

 Desolado e solitário Pirko decide que precisa se reencontrar e vai atrás de suas raízes, viaja ao interior ao encontro de sua avó. Sua avó sequer o reconhece e é tão solitária quanto ele, os dois acabam se entendendo e tomam diversas garrafas e vodka, como Pirko diz, os nórdicos tem como droga a bebida. Depois de uma noite de sono, Pirko levanta encontra sua avó ainda no sofá, ela está morta. Pirko não sabe muito como agir. Ele lembra um pouco o personagem Lebowski, do filme “O grande lebowsky” dos Irmãos Coen, que não liga muito para o que está acontecendo, gostaria apenas de ficar tranquilo, em paz com suas coisas, mesmo Pirko tendo algumas deficiências afetivas causadas pela solidão. No Brasil poderia ser comparado ao estéreotipo que temos dos bahianos, tudo muito tranquilo, na paz. Agora Pirko não sabe como encontrar suas raízes. Vela sua avó somente com um padre, depois crema ela, sobram alguns objetos e ossos, Pirko fica com uma bola de metal, que não é realmente uma bola, já que, falta um pedaço.

 Triste, Pirko vai até um bar e se embriaga, canta um pouco de Elvis e deixa os poucos freqüentadores do bar extasiados com a potencia de sua voz com a de Elvis Presley, a sorte de Pirko é que o local é um bar de Karaokê em algumas noites. Ao acordar no outro dia, seu cabelo e costeletas estão iguais à do rei. Pirko começa a fazer sucesso, chega até a ganhar o apelido de rei do karaokê depois de algumas etapas, ele a uma final de karaokê, todos esperam a reencarnação de Elvis, alguns até começam a acreditar que ele é Elvis, já que há a lenda de que Elvis não morreu, apesar de Pirko não ter idade para ser Elvis. Isto incomoda bastante Pirko que gostaria de ser conhecido como ele mesmo, de ter feito amigos por ser quem ele é, assim o filme vai caminhando para um belo final.

 O filme tem situações surreais que em momentos acrescentam à narrativa, em outros achei desnecessários, talvez por não compreender alguma metáfora. Há vários personagens excêntricos, que se tornam bizarros, confesso que os adoro. Estes personagens vivendo situações estranhas e até engraçadas pela sua peculiar beleza absurda. Acredito que a diretora, que por causa do, já quase inaceitável, trânsito de São Paulo, não pode apresentar a sessão, acertou em tudo no filme, Quase Elvis é daqueles filmes que você sai do cinema sabendo que gostou, só não consegue explicar porque, de tão envolvido que se fica com o enredo, são tanto os motivos que fazem deste, um ótimo filme.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Transcendendo Lynch (nacional).
Dirigido por: Marcos Andrade.
Duração: 84 minutos.


 Este filme é um documentário feito durante a vinda do artista norte americano, conhecido principalmente por seus filmes, David Lynch ao Brasil, ele esteve por aqui este ano, se não me falha a memória para divulgar o lançamento do seu livro, “Em águas profundas” sobre seu processo de criação influenciado pela meditação transcendental. 

 Como todo documentário temos uma visão do que ocorreu por aqui, temos todos os momentos de Lynch com o público e como ele é idolatrado por aqui, principalmente pelo seus filmes, e nem tanto pelo seu entendimento da meditação transcendental, seu principal motivo de vinda ao Brasil, reconheço a livraria cultura em São Paulo e a FAAP, em palestras/conversas que ele fez por aqui. Lembro muito bem da época que ele esteve por aqui, infelizmente não pude pegar um autografo dele em meu livro, o que me dá uma certa nostalgia negativa, já que é meu cineasta favorito.

 Fui ver este filme, que teve sua primeira exibição pública na Mostra deste ano, inclusive ao final da sessão teve um breve bate-papo com o diretor Marcos Andrade, a sessão estava vazia, bem aquém do que eu imaginava que estaria, talvez por ser uma terça-feira com muita chuva em São Paulo ou porque o filme terá mais três exibições na mostra ainda.

 Quanto ao filme, ele tem diversos momentos diferentes em questão de imagens, várias cenas de peixes, que podem remeter ao livro, que fala bastante através de metáforas usando os peixes. Imagens de bastidores, com o vice-presidente da David Lynch Foundation, que o próprio Lynch chama de Bobby, um velho musico que chegou a tocar com os Beatles, que agora não me lembro o nome e as pessoas que organizaram os diversos eventos em que ele esteve envolvido. As entrevistas com Lynch são muito naturais, lembra bastante algumas conversas mais filosóficas que temos com amigos em bares, durante uma viagem, é bem interessante o direcionamento das imagens quando Lynch está falando de meditação transcendental.

 Temos os momentos de suas palestras, onde ele fala bastante de seus filmes, ou não, muitas das dúvidas que seus filmes deixam, não são esclarecidas em suas entrevistas, ele simplesmente nega explicar algumas das situações surreais que estão em quase todos os seus filmes. As vezes parecendo até tirar um sarro dos estudantes de cinema que devem se preocupar tanto em explicar seus filmes, que esquecem de perceber outras experiências que seus filmes possam passar. Neste documentário ele parece mostrar que entendemos o filme através de sensações que talvez não consigamos explicar com palavras, assim acredito eu, que os filmes dele expressam, alem de suas metáforas e mensagens maquiadas, um modo de sentir sem explicar, através do surreal.

 A relação de Lynch com o público é mais serena possível, mostrando a calma de um budista, diferentemente da tensão e da violência de seus filmes, Lynch tenta tratar todos com a mesma atenção e carinho, dos mais diversos, diferentes e bizarros que as pessoas que vão até ele possam parecer. Uma visão do público também é mostrado, dizendo o que acham de Lynch, desde as mais estranhas declarações, até as mais filosóficas e apaixonadas. Temos cenas de pessoas entregando bilhetes, sendo autografadas no corpo e até desenhando para o famoso blogueiro que pede para as personalidades desenharem hipopótamos.

 O filme tem uma ótima trilha sonora, bem ao estilo dos filmes do próprio Lynch, causando sensações que a musica intensifica com as imagens, momentos de influências de imagens de Lynch também estão pelo filme. Alguns momentos temos a sensação de um Lynch profeta que prega a meditação transcendental e que a todo momento fica ali, pregando e pregando, como se este método de meditação fosse a solução para o planeta. O que me leva a pensar que num lugar como o Brasil onde uma boa parte da população não tem o que comer, se torna estranha e inimaginável. Visto por este lado o filme se torna pretensioso e inocente ao mesmo tempo, pois, a figura de Lynch é tão serena e calma, contrastando com seus filmes que você pode até acreditar naquilo que ele tanto prega.

 É um bom filme, que deve ser visto, talvez, por fãs do Lynch que devem imaginar que ele é um louco, por fãs de meditação transcendental que desejam se instruir com um dos mais importantes praticantes e até mesmo para as pessoas que desejam ter mais conhecimento através deste documentário, você pode não sair de lá querendo praticar a meditação, mas tem algumas frases que você pode usar em sua vida. Lynch é magnífico, um maravilhoso filme feito aqui no Brasil por um cineasta brasileiro que merece todo o mérito por ter  um documentário tão sensível e apaixonante por uma idéia e uma pessoa.

OBS: Não encontrei o cartaz do filme na net, coloquei uma foto do Lynch mesmo.


Ibrahim Labyad (Idem)
Dirigido por: Marwan Hamed
Duração: 134 minutos.


 Outro filme da Mostra Internacional de São Paulo que fui ver com certo receio, na verdade este era segunda opção, já que o outro filme que gostaria de ter assistido estava com a sessão lotada, fato recorrente para mi na mostra deste ano, resolvi assistir a este mesmo, para não ficar no vácuo.

 Ibrahim Labyad começa com cenas um tanto violentas, ouve-se alguns ruídos de aflição pela platéia. Logo em seguida há um jovem correndo por becos, com câmera ao estilo Cidade de Deus, depois vemos o mesmo garoto só que já adulto correndo pelos becos e um outro homem também em fuga, as cenas são bem coreografadas e temos até algo que beira o “Le Parkour”, fico um pouco decepcionado por me lembrar em muito o filme Cidade de Deus. Um dos homens que corre é o que dá titulo ao filme, Ibrahim, o outro seu amigo.

 Os dois estão em uma casa, aparentemente de Ibrahim, tirando ferpas que ficaram nas costas de Ibrahim durante a fuga deles. Percebem que foram enganados e não estão com a mercadoria que roubaram. Ibrahim resolve tirar a situação “à limpo” e vai até a área de uma gangue e começa a desafiar todos os capangas, voltam as cenas de ação pelos becos de alguma cidade do Egito. O filme é bem violento com constantes facadas e muito sangue e ação. Ibrahim vai lutando até que é cercado por vários homens e começa a apanhar até que um senhor com uma metralhadora dispara para o alto e dispersa o tumulto. Ibrahim agora é interrogado pelo chefe da gangue, um senhor que em alguns momentos lembra o “padrinho” do poderoso chefão, em certos momentos até chegam a chamá-lo como tal. Ibrahim então é recrutado para trabalhar para o padrinho, ele faz uma única exigência para o padrinho, que possa trazer seu amigo e escudeiro.

 Ibrahim se apaixona pela mulher errada, a única que o seu agora chefe deseja e nunca teve, Ibrahim planeja fugir com ela, mas alguns empecilhos com o passado de suas famílias acabam por afastá-los. Ibrahim vai preso por ter sido entregue, passa um tempo na prisão, seu amigo continua trabalhando para o padrinho. Depois de solto, Ibrahim resolve que não quer mais trabalhar para o padrinho, agora vai ter seu próprio negócio, isso gera um certo conflito com o padrinho, que agora está casado com a mulher que Ibrahim estava apaixonado, o padrinho também era apaixonado por ela, só que ele nunca a teve, depois da morte da mãe dela, ela resolveu casar com o padrinho, desde que ele não a tocasse. Ibrahim vai preso novamente, por causa de outro delator, depois de outro tempo preso ele sai, resolve continuar com seus crimes, Ibrahim agora vive bêbado, mesmo assim resolve enfrentar o padrinho e toda a sua gangue.

 Um encontro final é marcado e mais violência é o cenário para a resolução da estória. O filme lembra bastante a estética do Cidade de Deus, inclusive o roteiro, com cenas de violência em locais carentes dominados pelo crime. No entanto, há diferenças que fazem deste filme, um bom filme, como as cenas de ação e violência que superam o CDD, mesmo com um enredo recheado de clichês de filmes de gangsters, só que este é situado num local muito pobre.

 Provavelmente este filme não esteja no circuito comercial brasileiro, principalmente por ser um filme Egipicio, ao menos não me lembro de nenhum outro filme do Egito passando por aqui, fora dos circuitos de festivais. Quem ainda puder ver tem sessões ainda na mostra. Ou talvez encontre em algum site de filmes cults e undergrounds pela net afora. A pirataria globaliza algumas destas obras. já que pelas vias legais, em países como o Brasil, infelizmente, pelos mais diversos motivos, priorizam os filmes, ditos, blockbusters. Enfim, veja se puder.



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

À procura de Elly (Darbareye Elly)
Dirigido por: Asghar Farhadi
Duração: 119 minutos.


 Este é um filme Iraniano, que fui ver com certo receio, mas, tentando fugir dos filmes que provavelmente entrem em cartaz no circuito comercial, achei que deveria arriscar.

 A estória se passa no Irã. Um grupo de amigos, a maioria casados e alguns até com filhos. Apenas um casal sequer é de namorados. Eles estão indo a uma viagem ao interior, passarem um final de semana relaxando e se divertindo, fugindo de suas rotinas habituais.

 Logo quando chegam a casa onde deveriam apenas pegar uma chave do local onde ficariam, acontecem divergências, que levam a um stress. Eles acabam indo para uma velha e abanonada casa, que está com os vidros destruídos e toda suja. É uma casa á beira do mar, limpam a casa e começam a se divertir, cantando, dançando, e fazendo algumas brincadeira, o que parece ser bem típico deste povo. O diretor neste momento consegue passar muito bem a sensação de tranqüilidade e diversão. Todos os casados ficam empurrando os dois solteiros a todo momento, chegando a contrangê-los.

No dia apos a chegada deles, todos estão tranqüilos, uns se divertem jogando vôlei, outros com as crianças que brincam na praia. A mulher solteira, Elly, diz que precisa ir embora, sua amiga diz para que ela fique mais e não deixe que ela vá embora. Elly muito contrariada acaba ficando e vai à praia cuidar das crianças, uma brinca no mar, outra na areia e outra tenta empinar uma pipa. Elly começa a se divertir enquanto faz a pipa voar, até que diz que é hora dela ir embora.

 Uma das crianças vem chamar o pai porque a criança que estava na água está se afogando, neste momento começa uma tensão absurda, a câmera no ombro ajuda a intensificar em muito a tensão, eles não conseguem encontrar a criança, até que um dos homens encontra e a leva para a areia para a respiração boca-a-boca. Depois de um breve momento de tranqüilidade, perguntam-se onde está Elly, ela que devia estar olhando as crianças, começam a procurá-la no mar, volta a tensa situação de procurar alguém no mar nervoso e turvo, mesmo com a busca das autoridades, nenhum corpo é encontrado.

 Agora surte a dúvida se ela realmente se afogou ou simplesmente foi embora, sem se despedir, a todo momento temos indícios que ela foi embora, paradoxalmente com indícios de que ela se afogou, a angustia e a tensão vão se intensificando, junto com discussões e brigas entre as pessoas da casa que tentam resolver o mistério do sumiço de Elly. Nenhuma dúvida tanto dos personagens, quanto dos espectadores são sanadas. A tensão fica até o termino do filme, com várias situações explicando e confundindo a resolução da estória, mesmo depois de terminado o filme continua a sensação de angustia, causada pelas mais de uma hora de suspense pertubadoramente angustiante.

 Mesmo com toda a tensão inserida no filme, tem um bom ritmo, o clima criado é magnífico no sentido de, volto à frisar, uma tensão perturbadora e totalmente angustiante, a ponto de desejar que o filme acabasse logo. Vale a pena ver um filme Iraniano que em nenhum momento bate na tecla do terrorismo ou de política. Um filme que em países não-desenvolvidos também podem ter uma boa estória, ainda estou à procura de Elly em minha mente.



Sede de Sangue (Thirst) 
Dirigido por: Park Chan-Wook
Duração: 133 minutos


 Park Chan-Wook que dirigiu a trilogia da vingança com o maravilhoso Old Boy e Mr. Vingança que já esteve aqui no blog. Em época que os vampiros estão em moda pelos jovens através da saga Crepúsculo, que não tive a infelicidade ainda de ver, vemos um filme de vampiro com um dos mais importantes cineastas da atualidade. O titulo nacional apesar de adequada poderia ser outro, muito óbvio para um filme nada óbvio.

 O que se espera de um filme de vampiros? Sangue, crucifixos, mulheres maravilhosas com os seios à mostra, dentadas, caixões, mortes, aversão ao sol e sede por sangue. Encontramos isto tudo neste filme, só que aqui tem muito mais, o óbvio passa bem longe, flertando inclusive com o humor e o absurdo de uma vida normal.

 Um padre, Sang-hyon, depois de viver uma crise que não sabe o que deve fazer da vida, resolve participar de um experimento que parece ser para tentar achar uma cura para a lepra, hoje politacamente correto, Hanseníase. Dos quinhentos voluntários ele é o único que consegue sobreviver, por causa, de uma transfusão de sangue que ele teve, ele teria recebido o sangue de um vampiro.

 O padre começa a ficar conhecido por curar todos que ele toca ou reza, com a fama uma família acaba chamando ele, ele ajuda a família, que eram velhos amigos. Ele começa a freqüentar a casa da família e tem uma atração pela esposa do rapaz que ele salvou do câncer. Tae-joo é o nome dela, ela sofre de sonambulismo, ao menos diz isso para o marido e para a sogra, na verdade ela sai correndo descalça pela rua. Os instintos de vampiro começam a aflorar no padre, ele precisa sempre de sangue para continuar vivendo, começa a pegar sangue de doentes em coma no hospital que era voluntário.

 A estranha atração do Padre por Tae-joo acaba num estranho encontro na loja da família, onde eles começam a transar, em uma cena bem esquisita, nada sensual, com o absurdo de duas pessoas que estão tão necessitadas que não pensam no que estão fazendo direito. Todas as cenas de sexo do filme são maravilhosas, por não serem apenas cenas de duas pessoas transando e sim um estranho movimento de duas pessoas se conhecendo, usando de posições e situações nada convencionais, que trazem para o filme, uma beleza, que beira o cômico.

O padre acaba tendo que matar para conseguir se alimentar, ele chega a matar Tae-joo que é ressucitada, depois de chupar o sangue do Padre. Ele já havia matado o marido de Tae-joo e a mãe dele, estava em estado vegetativo. Os dois viram um casal de estranhos vampiros, um Padre e uma ninfomaníaca, louca para se soltar, se revelar para o mundo. Tae-joo começa a matar muitas pessoas para saciar a sua sede, o padre que mantêm a sua moral cristã, não aceita isso, eles começam a ter uma estranha briga de casais, até que procuram uma saída nada normal, com uma cena final que beira o absurdo, pela situação nada real, e uma beleza fotográfica surpreendente.

 Como a trilogia da vingança, o filme tem um escatologia acima da media, o que deve ser esperado pela maioria dos fãs do cineasta, cenas surpreendentes tanto pela beleza fotográfica, como pelas incríveis situações criadas pelo roteiro, temos cenas de pesadelos, causados pela culpa de assassinato, como um caixão feito com um velho guarda-roupas, para que o Padre conseguisse dormir. Um ótimo filme, vale muito a pena, deve estrear em janeiro nos circuito comercial.


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)

Dirigido por: Quentim Tarantino

Duração: 162 minutos




Como um grande admirador dos filmes do Tarantino não é de se esperar que este fosse um dos filmes mais esperados por mim para este ano, desde Bullet Proof que vinha esperando este filme de guerra do Tarantino. Fui assistir no final de semana de estréia num cinema de shooping com bela estrutura, o problema são as pessoas que acham que estão em casa ao verem um filme no cinema e ficam fazendo comentários desnecessários durante a sessão. Mas vamos ao filme.


Logo de início temos uma cena um pouco atípica dos filmes do Tarantino, ao menos não se viu muito nos filmes anteriores, uma cena mais visual com bela fotografia, quase sem ação e diálogos, um fazendeiro francês está em sua fazenda trabalhando quando um grupo de nazistas chega para interrogá-lo, em sua casa suas três filhas ficam aguardando novas ordens do pai. Um grande diálogo segue entre um comandante da SS nazista e o fazendeiro, até que o fazendeiro acaba se rendendo e entregando o que escondia, só que uma das pessoas escondidas consegue fugir.


Agora é o momento de conhecermos o grupo Basterds, que é um grupo de extermínio de judeus, entre eles o tenente Aldo Raien que é interpretado por Brad Pitt, vemos cenas do recrutamento do grupo, que admissão de alguns integrantes, no primeiro momento percebemos até um grupo de retardados, mas são um grande e violento grupo de extermínio de nazistas, talvez por isso nos simpatizamos logo de cara, muitos gostariam de ter a oportunidade de matar nazistas na época da segunda guerra, é a velha estória de usar a velha desculpa “olho por olho, dente por dente”. Tem algumas cenas levemente

brutais como um soldado que usa de um bastão de beisebol para exterminar suas vitimas e todos nazi

stas mortos tem que ser escapelados para levar o escalpa para o tenente.


Seguindo a estória conhecemos uma das personagens principais que é a Soshanna, uma proprietária de um pequeno cinema na cidade de Paris que tem um admirador, um soldado Frances que matou mais de trezentos judeus sozinho durante três dias. Então Goebboels, o famoso publicitário do nazismo, fez um filme sobre as proezas do rapaz,que interpreta ele mesmo no filme, o rapaz então apaixonado pela dona do cinema quer que a estréia seja no cinema dela, o diretor e toda a SS acaba aceitando a exigência do rapaz.


Os Bastardos Inglórios querem estar nesta estréia, que terá entre eles todo o maior escalão do exército nazista, inclusive o próprio Hitler. No início o plano parece ser perfeito, só que vários imprevistos tornam o plano cada vez mais impróprio de ser executado, mesmo com diversas dificuldades os Bastardos entram na Premiere do filme, com várias cena estranhamente engraçadas, penso que o filme perde um pouco da elegância, propositalmente é claro, mas deixa muito sarcástico e caricatos os “heróis” do filme. Seguindo o plano que tem várias coisas estranhas, o filme ruma para um final um tanto quanto surpreendente cheio de influências de outros filmes, principalmente em planos de câmeras.


Confesso que sai do cinema um pouco decepcionado, mesmo não tendo percebido que passou tão rápido as mais de duas horas dentro do cinema, pra mim faltou um pouco mais de violência e também dos ótimos diálogos do Tarantino, mas é um filme bom, com ótimo atuação de todos, como sempre o Tarantino é um ótimo diretor de atores, ele colocou mais cenas visuais o que não era tão característico dele, apesar de Kill Bill vol.2 ter bastante. Refletindo e pensando quero ver o filme novamente, é um bom filme, vale a pena.


À prova de morte (bullet proof)

Dirigido por: Quentim Tarantino

Duração: 110 minutos


Este filme do Tarantino foi feito em parceria com outro filme de Robert Rodriguez “Planeta Terror” que deveria ter saído juntos em uma série chamada Grindhouse, essa serie é uma homenagem aos filmes de horror thrash splatter dos anos 70 e 80. Só que aqui no Brasil a distribuidora achando que os dois filmes não dariam dinheiro em uma única sessão os lançou separados. No começo de 2008 foi lançado Planeta Terror e até hoje À prova de morte ainda não foi lançado no Brasil, está previsto o lançamento no próximo mês. Quem teve a oportunidade e sorte pode ver os dois juntos na mostra internacional de cinema de São Paulo no final de 2007, única exibição dos dois seguidos no Brasil que eu fiquei sabendo.


O filme do Tarantino era para ser o segundo a ser exibido, temos a estória de algumas amigas que saem para se divertir em uma noite, vão até um bar, onde o próprio Tarantino é dono, e bebem, dançam, rirem, namoram e conhecem estranhos freqüentadores.


Uma destas amigas é uma locutora de rádio que diz que se alguém encontrar uma das amigas dela que é uma atriz, ganhará uma dança sensual especial, só que o felizardo ou felizarda deve encontrá-los até determinada hora, um dos freqüentadores do bar, um tal de Dublê Mike, um dublê de carros em filmes, reconhece a moça e diz tudo que precisa para ganhar a dança, por se tratar de uma brincadeira da amiga ela não quer cumprir o trato, mas acaba cedendo e faz a dança para o Dublê Mike.


O bar já está quase fechando quando as moças vão embora e o Dublê Mike ainda está por perto, elas vão embora e Dublê Mike acaba dando carona para uma garota. Dublê Mike vai em seu carro de dublê onde tem uma gaiola onde ele diz ser à prova de morte, e a garota vai num banquinho fora da gaiola. Dublê Mike segue pela estrada e de repente começa a acelerar, ele passa o carro das amigas que estavam no bar e depois de um tempo ele vira o carro e volta, vai de encontro com o carro das amigas, os dois carros se chocam em alta velocidade, provocando um brutal e gore acidente de trânsito. Neste momento há closes de pernas decepadas, membros voando, esfoliações e etc. Parece que o filme acabou, mas continua. Dublê Mike mesmo estando ferido volta a andar com sua máquina a prova de morte.


Ele procura outro grupo de mulheres lindas, gostosas e indefesas, acaba encontrando outro grupo de mulheres. Elas estão se encontrando depois de algum tempo sem se verem, elas querem viver aventuras, inclusive uma delas é dublê também, só que não de carros. Começa uma nova perseguição, apos as garotas conseguirem testar um Porsche antigo, elas estão na estrada e o Dublê Mike inicia suas batidas na traseira, só que ele não sabia que as garotas desta vez também sabem pilotar, e um racha mortífero entre Dublê Mike e as garotas.


Este é um dos filmes do Tarantino que apresenta toda a estética que ele usou em seus filmes anteriores, desta vez aplicada no filme thrash de perseguição de carros, lembrando em alguns momentos “Faster Pussycat Kill Kill” filme que reza uma lenda pela internet que ele faria um remake. Aqui temos os maravilhosos diálogos característicos de suas obras, um belo filme do Tarantino, que talvez tenha ficado apagado por não ser tão Cult como seus outros filmes e nem tão gore/splatter como o filme do Rodriguez Planeta Terror, mas vale muito a pena ser assistido.


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Música: Psycho Therapy
Artista: Ramones


Lançamento do curta-metragem em São Paulo no Cine Olido dia 16 de outubro.

"Ninguém Deve Morrer" é um faroeste musical gore de humor negro com ritmo das boas músicas bregas dos anos 60/70.

CICLO DE CINEMA INDEPENDENTE BRASILEIRO
DE 13 A 18/10
IDADE RECOMENDADA: 16 ANOS
INGRESSO: R$ 1,00 (INTEIRA) E R$ 0,50 (MEIA)

Dia 16/10 – sexta-feira 19h30 SESSÃO DE ESTRÉIA NINGUÉM DEVE MORRER
(Santa Catarina, 2009, vídeo, 30’ , cor, exibição em dvd)
Direção: Petter Baiestorf
Elenco: Gurcius Gewdner, Elio Copinni, Ljana Carrion, André Luiz, Coffin Souza, Jorge Timm, Alejandro Gutierrez, Lane ABC, Insekto

Dia 17/10 – sábado 15h DEBATE SOBRE A PRODUÇÃO DE CINEMA INDEPENDENTE NO BRASIL COM A PRESENÇA DE PETTER BAIESTORF, FERNANDO RICK, IVAN 13P E GURCIUS GEWDNER.


LOCAL, ENDEREÇO E TELEFONES:
Cine Olido
Avenida São João, 473 - Centro - SP/SP
Ao lado da Galeria do Rock
Metrô São Bento (linha azul), República (linha vermelha)
Telefone: 11- 3397-0170

sábado, 3 de outubro de 2009

Música: Parafuso na cabeça

Artista: Rogério Skylab