segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pierrot Le Fou (Pierrot le fou).
Dirigido por: Jean-Luc Godard.
Duração: 110 minutos.

Godard foi o mais importante cineasta da Nouvelle Vague Francesa. Pierrot le Fou é uma obra deste cineasta que vale a pena assistir, carrega um romance que mostra alem do amor, aspectos da decadência da sociedade e de seus modos de interagir, usando a guerra, por exemplo.

Ferdinand é um homem que gosta de literatura e tem sua esposa e filhos, ao encontrar um velho amor, ele resolve que deve vivê-lo, larga tudo e segue em caminho a um roadie movie nada convencional. Marianne, o amor de Ferdinand, é uma mulher que tem seus sentimentos a flor da pele, se deixa apenas levar por eles.

Ferdinand e Marianne seguem de carro pela França, gostariam de ir para a Itália, só que não tem dinheiro suficiente para isso. Entre falcatruas, roubos e mortes, seguem pela estrada. Cenas estranhas acontecem, coisas inexplicáveis ao telespectador, mas que deve fazer sentido aos personagens, que demonstram não viverem no mesmo mundo que as outras pessoas, eles filosofam e apenas vivem, seguindo instintos e influências literárias, no caso de Ferdinand.

Eles param em uma casa de campo, depois de jogarem um conversível dentro de um lago, o material parece não importar para eles, o que importa é ter um ao outro. Ficam durante um tempo na casa de campo, Marianne rouba livros para Ferdinand, eles pescam, caçam para viver. Só que a vida no campo acaba por trazer a inevitável falta do que fazer, eles não vivem mais como diz Marianne, que quer viver, quer ação em sua vida, não lhe importa o dinheiro e os materiais da vida moderna, quer apenas viver.

Novamente voltam para o Roadie Movie, encontram refugiados, bandidos do oriente médio, americanos, todos em situações bizarras, inexplicáveis para qualquer humano comum, exceto para os nada comuns Marianne e Ferdinand. Eles planejam um golpe perfeito no irmão de Marianne, assim teriam dinheiro para ir onde quisessem. Marianne chama Ferndinand de diversos outros nomes. O mais freqüente é o Pierrot, que se traduzir ao português o nome do filme, é Pierrot o louco.

Godard é um grande cineasta. O filme começa com bastante ação, até a metade o filme tem uma velocidade incrível, depois ele começa a ficar mais lento, filosófico, confuso. Típico de um cineasta que quebrava com as “regras” do cinema. Não ligava para modos de criar e narrar pré-estabelecidos por uma indústria de massa. Godard é contestador. É um cineasta livre. As imagens do filme também são incríveis, há momentos dignos de um Kurosawa.

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