terça-feira, 28 de abril de 2009

DAHMER – MENTE ASSASSINA (Dahmer).
Dirigido por: David Jacobson.
Duração: 101 minutos.


Dahmer conta a estória do serial killer que matou cerca de 15 pessoas nos estados unidos.O filme começa com cenas do presente e tem vários flashbacks.

Desde criança Dahmer era hostilizado pelo pai e ele foi morar com a avó, não se dava muito bem na escola e não tinha amigos, passava a maior parte do tempo andando sozinho pela rua e malhando.

Depois de um tempo foi morar sozinho, alugou um apartamento e começou a trabalhar em uma fábrica de chocolates, ainda se sentindo sozinho, começou a ir a um bar gay e tentar conhecer pessoas.

Em uma destas idas ao bar ele conhece outros rapazes que vão ao apartamento dele, bebem, ouvem música e vão embora, é neste período que ele para não deixar que seus amigos vão embora, que ele começa a mata-los para que ele tenha que ficar sozinho.

Indo ao bar ele começa a oferecer bebidas aos rapazes, mas coloca droga para que eles durmam e Dahmer os estupra em um quarto nos fundos do bar, depois de um tempo ele é descoberto, apanha e é expulso do bar.

Dahmer tem agora que começar a procurar por outras locais, ele acaba encontrando um jovem em uma loja de armamentos para caça, compra uma faca e convida o rapaz para ir tomar uma cerveja em seu apartamento, eles começam a se dar bem, o rapaz demonstra gostar dele também. Chega um momento em que o rapaz já está muito bêbado e resolve ir embora, Dahmer chateado diz que não quer que ele vá embora, o rapaz diz que volta outro dia, porém Dahmer fica nervoso e violento, acaba agredindo o rapaz, quase o mata, mas parece que esse o sentimento é maior, então deixa o rapaz fugir.

O rapaz vai embora e depois de um tempo a polícia aparece na casa de Dahmer porque o seu apartamento estava cheirando muito mal, porque ele não estava conseguindo se desfazer dos corpos.
Dahmer é preso, acusado de 15 assassinados e condenado a mais de 900 anos de prisão e morto na cadeia.

Gosto deste filme principalmente porque não é um filme sangrento e violento como Sexta-feira 13, ele mostra o lado pisicológico de um assassino serial, porque ele se tornou um pessoal assim, desde os abusos verbais do pai, a morte da mãe, a falta de amigos tanto na infância como na fase adulta, ele não conseguia encontrar um espaço na sociedade para ele.

É claro que não faltam cenas pertubadoras de violência, ele faz uma lobotomia, abre um rapaz ao meio e enfia suas mãos dentro, mostra quando ele agride e mata um rapaz na adolescência, o esquartejando e jogando e sacos de lixo.

Um filme para conhecer o outro lado da sociedade que exclui, depois condena as pessoas por seus atos fora do comum, do normal, da ética, da moral e da lei. Ainda é bem filmado, dirigido e editado.


domingo, 19 de abril de 2009

EL TOPO (Idem).
Dirigido por: Alejandro Jodorowsky.
Duração: 125 minutos.



El topo é um dos filmes mais surreais que eu já pude assistir, para quem pensa que Buñuel é surreal e confuso é porque ainda não conhece Jodorowsky.

Tudo com um pistoleiro e seu filho, que está pelado, andando de cavalo pelo deserto, até que ele encontra um local ideal para que seu filho enterre um brinquedo, esta é a passagem para que ele começa a se tornar um homem.

Topo vai até um local onde coisas estranhas acontecem, ele ajuda um grupo a derrotar um general que abusa das pessoas de uma cidade e deixa seu filho para que ele aprenda como viver sozinho, mesmo triste seu filho acaba ficando.

Seguindo o seu destino Topo encontra três pistoleiros eles duelam e Topo mostra que é quase o pistoleiro mais rápido. Mas não é o suficiente para ser o melhor, para ser o melhor será preciso ele enfrentar três mestres do deserto que são praticamente deuses.

Ele encontra uma mulher que resolve ser sua Maria Madalena e o segue pela sua jornada, ainda encontra outra mulher, uma pistoleira que quer ajudar Topo a derrotar os três mestres do deserto. Topo segue lutando contra os três mestres mesmo tendo dificuldades ele acaba conseguindo e é traído por sua mulher.

Topo acaba sendo achado por um grupo de aleijados que vivem escondidos em uma montanha, ele é tratado pelo grupo, depois de algum tempo Topo está recuperado e é outro, agora ele é praticamente um messias para os aleijados, ele resolve que então vai ajuda-las a sair mais facilmente da montanha, construindo um túnel.

Novamente uma mulher, desta vez uma anã é a companheira de Topo nesta jornada, eles seguem por alguns dias até chegar no alto da montanha e descem até um pequeno vilarejo onde vão conseguindo viver com um número de circo.

Com o que eles vão ganhando vão comprando pás, madeiras e cordas para construírem o túnel, eles passam por muitas situações difíceis, demonstrando até como transam em meio a um grupo de políticos safados.

Nesta pequena vila acontecem coisas totalmente estranhas, como um boxe entre duas pessoas que tem arames no lugar das luvas e vence aquele que matar o outro, uma igreja que promete milagres com uma arma descarregada e outras situações de uma sociedade hipócrita.

O filho de Topo reencontra o pai, mas o pai está muito mudado, mesmo assim o filho dele quer um duelo para se vingar do abandono. Topo diz que só lutará após cumprir a promessa de libertar os aleijados. Então o filho de Topo o ajuda a construir o túnel.

Depois de muito tempo eles conseguem que o túnel fique pronto, os aleijados resolvem sair rapidamente e irem para a vila, Topo os avisa que ainda é cedo para a sociedade os aceitarem, sem ouvir eles seguem e são recepcionados com uma avalanche de tiros, as pessoas não querem monstros em sua vila.

Topo decepcionado com tudo aquilo vai com sua esposa para outro lugar.

El Topo é o segundo filme de Jodorowsky, o pistoleiro messias é uma personagem maravilhosa, este filme tem vários estilos que serão usados nos outros filmes de Jodorowsky, como os aleijados e anões, sangue e violência, o sangue é feito com melancia e as críticas sociais embutidas em suas passagens surreais e tensas. Cenas engraçadas que trazem um pouco de alegria em meio a todo caos e também uma crítica as religiões, já que o messias falha em sua missão, que era libertar os aleijados e não mata-los. Imperdível.




terça-feira, 14 de abril de 2009

O PAGADOR DE PROMESSAS (nacional).
Dirigido por: Anselmo Duarte.

Duração: 95 minutos.


O pagador de promessas é o único filme brasileiro a ganhar o festival de Cannes, o mais importante festival de cinema do cinema mundial.

Zé do burro faz uma promessa para que seu burro não morra depois que ele é atingido por um raio. O burro vive, então ele sai de sua fazenda junto com sua esposa para levar uma cruz até a igreja de Santa Bárbara em Salvador.

Depois de muito andar com uma cruz nas costas, Zé chega até a igreja, ele chega à noite e a igreja já está fechada, então ele resolve esperar ali até que amanheça e a igreja abra, Zé e Rosa acabam adormecendo nas escadarias da igreja.

No outro dia Zé é acordado pelo padre, que lhe pergunta o que ele está fazendo ali, ele conta sua estória e como a promessa de Zé foi feita num terreiro de candomblé ele não poderá cumprir a sua promessa na igreja, porque o candomblé é uma religião pagã e o padre não pode aceitar isso na sua igreja.

Decepcionado, Zé ainda insiste em entrar, ele só quer deixar a cruz junto do altar e ir embora para a sua pequena propriedade. Zé resolve então ficar ali até que o padre ceda e ele possa cumprir a sua promessa.

Zé aproveita para comer algo no bar em frente e tomar uma cerveja, o povo da cidade acaba conhecendo a sua estória e até a imprensa fica sabendo. Logo todos estão sensibilizados por sua estória e tentam ajudar Zé.

Com tanta gente ajudando Zé, capoeristas, bahianas tradicionais e aproveitadores, Rosa acaba brigando com Zé e ela é seduzida por um cafetão com o qual ela acaba traindo Zé. Mas Zé está concentrado apenas em cumprir a sua promessa.

Tentando aproveitar que está tendo uma procissão no dia de Santa Bárbara, Zé tenta entrar na igreja, mas é impedido novamente.

O padre chega a fazer reunião com bispos, que também não aceitam que Zé cumpra a promessa feita num terreiro de candomblé numa igreja cristã.

Depois que a estória de Zé do Burro sai nos jornais, a igreja passa a ficar fechada todos os dias e uma multidão começa a se aglomerar em frente a igreja.

Zé do burro tem a oportunidade de entrar na igreja, mas sem carregar a cruz, assim ele estaria se convertendo ao cristianismo. Até o prefeito da cidade vai falar com o padre que está inflexível.

Tentando enfrentar as autoridades e o padre, no desespero zé pega uma faca e tenta entrar a força na igreja, uma briga generalizada se forma e Zé acaba levando um tiro, morto o povo coloca Zé na cruz e o leva até a porta da igreja e forçam a passagem pelo padre e arrombando a porta da igreja. Zé cumpre a sua promessa de deixar a cruz na igreja de Santa Bárbara.

Em minha opinião este filme fala sobre a inocente fé do brasileiro ignorante que não sabe diferenciar um terreiro de candomblé de uma igreja, no sentido de fé, que está fazendo o melhor para a sua alma. Uma crítica a igreja que não aceita as diferenças de crenças, mesmo dizendo que se deve amar o próximo, uma estória universal que sensibilizou e conquistou até os jurados de Cannes, mostrando ainda a capoeira e toda uma cultura de aproveitadores e os instintos de ajuda dos que estão em iguais condições. Não é o melhor filme brasileiro, mas um dos melhores e certamente mereceu ganhar a Palma de Ouro.


TRAILER.

terça-feira, 7 de abril de 2009

VADIAS DO SEXO SANGRENTO (nacional)
Dirigido por: Peter Baiestorf
Duração: 30 minutos.


Este é um exercício putaneiro de Petter Baiestorf como diz logo na capa do DVD, que é digna da pop art com colagens de fotos e muitas cores.

O filme começa com um close-up de uma vagina enquanto os créditos iniciais aparecem, uma mão entra na “brincadeira” e vemos uma masturbação feminina.

O enredo do filme gira entorno de um casal que se separa, a mulher começa a ter um relacionamento com outra mulher e ainda tem um maníaco com consciência ecológica.

Novamente o filme é estrelado pela musa da Canibal Filmes Ljana Carrion, que havia trabalhado em Arrobada – vou mijar na porra do seu túmulo, desta vez tem uma atuação muito melhor do que no antecessor, tem ainda a presença da gordinha sexy Lane ABC e PC para completar o triangulo amoroso e ainda a já clássica participação do produtor Coffin Souza e do diretor Petter Baiestorf.














As cenas continuam maravilhosas seguindo o estilo Kanibaru Sinema, com cenários simples, improvisados na garagem de algum amigo, e usando muitas externas para aproveitar a luz natural. Este é o filme melhor fotografado e ainda tem os tradicionais efeitos gore que enchem os olhos dos fãs e podem chocar os menos desavisados. Temos um estupro onde só sobra as tripas de fora do rapaz, as cenas de sexo simuladas,máscaras, muito sangue, e erros propositais de continuação,pessoas peladas e galãs de pinto pequeno e a montagem atemporal que enriquecem o filme.

Vadias do sexo sangrento é o melhor filme de Petter Baiestorf, não deixa nada a dever ao “udigrudi” paulista das décadas de 60,70 e 80. Vadias é experimental e polêmico, assim como os filmes do início de carreira de Sganzerla e Bressane, mesmo sem ter as condições e apoios governamentais. Financiado com seu próprio dinheiro Baiestorf se supera em todos os quesitos e faz o seu “Máster Piece”. Sem esquecer as cenas gores e violentas que
podem lembrar Russ Meyer e Jess Franco.

Baiestorf não é um gênio, no entanto num país onde produtores lavam dinheiro da embrafilme, Baiestorf é o guerreiro do cinema de arte nacional e underground do mundo, resistindo a crises e criando cadê vez mais obras para se ter orgulho do underground.