terça-feira, 26 de agosto de 2008

No rastro da bala (Running Scared)
Dirigido por: Wayne Kramer
Duração: 118 minutos


Este foi um filme que assisti por acaso, apareceu para eu assistir, e no final achei uma agradável surpresa, tempos depois vi na locadora que ele é apresentado por Quentin Tarantino.


Começa com um homem e um garoto, sangrando num conversível em alta velocidade, nada melhor para um filme de ação. Mas logo se inicia a história em outro momento com vários homens trocando tiros dentre de um pequeno quarto.


Duas famílias vizinhas tem como ligação a grande amizade dos filhos, apenas por isso, mas um dos garotos tenta matar o pai, um russo viciado em John Wayne, daí começa a grande jornada do outro pai, para se livrar de uma grande encrenca.


Filmes de ação como estes, com belos personagens e grandes cenas de ação, não se encontram todos os dias, o mistério e as surpresas aparecem em todos momentos do filme, lembrando um pouco o formato de violência de Pulp Fiction.


Aparecem desde cafetões latinos, espancadores de prostitutas, até pedófilos casais da alta sociedade, com toda essa violência gratuita na tela, nos sentimos até que justiçados com a brutalidade, já que não vemos outra solução para os problemas, sem ser a violência desmedida.


O final impressiona, já que é daqueles suspenses que parecem que acabou, mas a cada nova cena temos uma nova surpresa que vai deixando o filme cada vez melhor, não é nada muito forçado, parece correr naturalmente.


Apesar de não uma boa cena de perseguição com carros, como todo filme de ação deveria ter, No rastro da bala, não decepciona os aficcionados por ação, tiros, sangue, violência, suspense, quebra-cabeças e um toque especial de grandes personagens, é um filme que só tem a engrandecer positivamente a lista de filmes que você já assistiu.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Borat: o segundo melhor repórter do glorioso pais Cazaquistão viaja à América (Borat: cultural learnings of América for make benefit glorious nation of Kazakhistan)
Dirigido por: Larry Charles
Duração: 83 minutos



O ator/comediante inglês Sacha Baron Cohen, que tem um programa na Inglaterra, resolve usar um de seus personagens em um longa, Borat, é um falso documentário sobre um repórter do Cazaquistão viaja para conhecer os Estados Unidos.

O documentário começa com Borat, apresentando a sua vila e vida, mostrando a sua "grande" esposa, sua velha mãe e sua irmã, que é a 4ªmelhor prostituta do país.

Borat, junto de um produtor, vai para os Estados Unidos e vai conhecendo o país, desde o humor fraco do país até as mais apimentadas opiniões racistas.

É claro que Borat provoca muitas situações hilárias e que tirariam qualquer um do sério, como entrar num hotel de luxo falando igual a um rapper, e é obviamente expulso, provoca feministas dizendo que elas não deveriam nem aprender a ler, canta o hino do Cazaquistão no ritmo do Americano em um rodeio, cheio de homofóbicos.

Mas a história principal que conduz a jornada o curioso repórter é quando ele se apaixona por Pámela Anderson e diz que vai tirar sua virgindade, até que junto de um grupo de estudantes playboys ele vê o vídeo pornô da Pámela, o que o deixa muito mal, mas mesmo assim ele vai atrás dela em um evento.

Este filme mostra como é o "American way of life", com todos os seus preconceitos, cultura pop, alta-sociedade e um "emocionante" culto protestante, mostrando a religião com mais seguidores do país.

Tem cenas impagáveis como lutas engraçadas entre dois homens pelados, Borat num jantar da alta-sociedade com uma prostituta e dezenas de outras que você deve ver para rir com uma das melhores comédias da nova geração.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Os olhos da cidade são meus (Anguish)
Dirigido por: Bigas Luna
Duração: 89 minutos




Este filme eu poderia dizer, a grosso modo, que é um filme de horror que o David Lynch faria. Com cenas de suspense e horror, com toques do irreal misturado com o real.

Um funcionário de uma clínica oftalmológica é demitido por usa incompetência profissional, seu nome é Jonh, ele é totalmente submisso a sua mãe, uma velha psicótica que hipnotiza e ordena seu filho a sair coletando olhos humanos pela rua.

Com a sua busca por "todos os olhos da cidade" ele deixa rastros de sangue, e procura se vingar de todos aqueles que foram responsáveis por sua demissão.

A perseguição continua sobre a cidade e Jonh procura mais olhos e pessoas, é depois de cenas de brutalidade que começa a confundir o que é sonho e o que é realidade. Num cinema vemos pessoas assistindo um possível filme de terror onde outras pessoas estão assistindo um filme de terror onde pessoas são assassinadas, é confuso mesmo no início, mas no final tudo se revela.

Eu gosto de filme porque não é apenas um filme batido de horror, na linha slasher/ serial killer, é um filme inteligente, com roteiro muito bom, não que os clássicos como Sexta-Feira 13 e A hora do Espanto sejam filmes ruins, mas Os olhos da cidade são meus é um outro tipo de filme de horror que deveria ser mais bem explorado, já que hoje em dia os filmes de horror da atualidade são copias medíocres de fórmulas que deram certo como do ótimo "Jogos Mortais".

Seria bom ver outros bons filmes de horror nesta linha novamente sendo lançados, não se precisa apenas copiar os sucessos, criar coisas inteligentes e ousadas deveria ser uma coisa freqüente e constante no cinema, é uma pena que isso não aconteça, mas esse filme esta aí para mostrar que ótimos filmes foram feitos também na linha de horror.

Para quem gosta de filmes de horror e David Lynch vai adorar este filme, aos mais radicais fãs de horror, talvez sintam falta de sangue, porém não deixa de ser um ótimo filme para os amantes de cinema.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Dançando no escuro (Dancer in the dark)
Dirigido por: Lars Von Trier
Duração: 138 minutos


Quando assisti a este filme pela primeira vez, tive uma surpresa, não gosto de musicais, mas este é de uma beleza e de uma poesia tão grande que não tive como não admira-lo.


Selma (Bjork) é uma imigrante que mora nos EUA, e trabalha muito para juntar dinheiro e pagar a operação para uma doença nos olhos do filho, que ele terá porque é uma doença genética que vem atacando a família de Selma.


Apaixonada por musicais, ela ensaia um musical para o teatro, junto com uma amiga, mas como ela já não conseguia enxergar mais teve que deixar este sonho para depois.


O dono do trailer onde ela mora lhe engana e faz com que ela o mate, assim ela acaba indo parar na cadeia e condenada à morte. Von Trier mostra toda a injustiça da forma como os americanos tratam a justiça, condenando uma pessoa inocente a morte, usando de advogados que só pensam em justiça para que sua carreira tenha ascensão, junto a um caso tão importante.


Com a cegueira certa de Selma, ela começa a se imaginar num musical e em certos momentos aparece a musica e as coreografias, iguais aos musicais, mas aqui eles não começam a dançar do nada é o sonho de Selma se realizando em sua mente e os musicais são tristes, totalmente diferente dos musicais de Hollywood/Broadway.


Dançando no Escuro, junto com O Homem Elefante de David Lynch é um dos filmes mais tristes que eu já vi, onde a personagem principal passa por toda uma situação, para que o filho tenha a tão sonhada cirurgia e ela possa cumprir e tirar a culpa de ter concebido um filho doente.


Há cenas maravilhosas, com a já famosa câmera do Dogma 95, onde se usa a todo o momento a câmera sobre os ombros, o que torna as imagens instáveis, aumento a angustia e a revolta que você sente com o desenvolver da triste história.


Um clássico do cinema, um musical atípico, poético e totalmente comovente, te prende até o final, um drama muito bem montado e com uma visão diferente sobre a American Way of Life, pena de morte, deficiência, justiça e musicais.