terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Olá queridos leitores, visitantes e amigos seguidores do blog.


Agora estou com novo domínio.


http://menteinsanacine.wordpress.com/


volto em 2010 com muito mais novidades!!!


Feliz festas, aos que festejam e felicidade pelos outros dias do ano tambêm.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009


ESTRÉIA DO FILME

FOME

Realizado por:
Anderson Dino &
Paulo Oliveira


DIA: 28 – Novembro – 2009 (Sábado)
Em dois eventos distintos!!!!
Um em São Roque, outro em São Paulo.


Evento: Cineclube lunetim mágico
Hora: 18h30m – FOME por volta das 19hs.
Local: Rua: Augusta, 1239 – 1º Andar. São Paulo – SP.
COM A PRESENÇA DO PRODUTOR, DIRETOR E ATOR:
PAULO OLIVEIRA.

http://www.lunetim.blogspot.com

Outros videos exibidos:
Narrativas das Sé – doc. 20 minutos. Dirigido por: Diogo Noventa.

Vozes do Campo – doc. 20 minutos.

Dirigido por: Daniella Almeida.

Cidade Grande – videoclipe. 04 minutos.

Zumbi somos nós. Doc. 51 minutos. Dirigido por: Frente 3 de fevereiro.

Apos a exibição dos filmes haverá debate com os realizadores.
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Evento: UNOS 2 – Movimentos culturais.
Hora: 15h30m.
Local: Av. Antonino Dias Bastos, s/nº
(estacionamento do shooping) São Roque – SP.
COM A PRESENÇA DO ROTEIRISTA, PRODUTOR E DIRETOR DE FOTOGRAFIA: ANDERSON DINO.


Outros vídeos exibidos:
- Solidão. dirigido por: Paulo Oliveira.
(curta sobre a solidão humana, polêmico pelas cenas de nudez).

- Macô. Dirigido por: Fábio Della Déa.
(ensaio sobre a maconha).

- Ninguém deve morrer. Dirigido por: Petter Baiestorf.
(outro polêmico e avacalhado filme de Baiestorf).

ALÉM DE FILMES, O UNOS É UM EVENTO QUE TEM TEATRO, MÚSICA, GRAFITE, ARTES VISUAIS E POESIAS (LEVE A SUA!)

TRAILER DO FILME FOME:


terça-feira, 10 de novembro de 2009


Considerações sobre a MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO

 Este ano a mostra trouxe bastante coisa boa, outras decepcionantes e outras supreendentes.

 Uma das reclamações constantes foram que as pessoas credenciadas, que adquirem uma espécie de passaporte, tem direito de tirar ingressos com quatro dias de antecedência, quanto os que não tem credencial, podem comprar ingresso com apenas um dia de antecedência, via internet. Assim as sessões com filmes com diretores mais famosos e filmes mais esperados, tinham seus ingressos esgotados antes do dia da sessão, fazendo que muitos fãs do cinema, que não tem condições financeiras, tivessem que deixar de ver os filmes que gostariam.

 A maioria dos filmes que tem grande visibilidade na Mostra acaba estreando no circuito comercial. Mas na mostra geralmente tem algum bate-papo com osrealizadores. O que atrai ainda mais a atenção do público.

 Percebi uma enorme quantidade de filmes nacionais este ano, e não apenas documentários, o que se faz, muito por aqui. Alguns filmes são bem esperados, consegui ver apenas dois Insolação, que é muito bom e Cabeça à Prêmio, que achei decepcionante. Fiquei frustrado a perder a estréia do filme Natimorto que não consegui ver depois por não coincidir os horários, um filme esperado não deveria ter horários apenas à tarde.

 Todos os filmes que vi, foram bons filmes, exceto o exemplo citado acima, mas só um, que foi o último filme que assisti que dei nota máxima, que é o excelente Bathory, nota 5. 

 Depois de um bom dinheiro investido, diga-se de passagem, consegui ver bons filmes, alguns até gostaria de ver novamente, como o Bathory, Sede de Sangue e A Fita Branca (vencedor de Cannes 2009).

 Espero no ano que vem poder ver mais filmes ótimos e poder ter mais tempo e dinheiro para acompanhar muito mais filmes. Aos que quiserem compartilhar suas impressões sobre a mostra pode ficar a vontade me mandando um e-mail ou comentando aqui mesmo ou no twitter.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Bathory (Idem)
Dirigido por: Juraj Jakubisko
Duração: 138 minutos


 Um filme produzido por dois países do leste europeu, Eslováquia e República Tcheca, sobre a história de uma mulher, Elizabeth Bathory, que ficou conhecida como a maior assassina de todos os tempos, isto, esta incluso até no livro Guinness de recordes.

 O filme se inicia no final do século 16, como o nascimento da futura condessa Bathory, há cenas de sua infância até o momento que ela é prometida. O local de toda história é na Hungria.

 Com Bathory casada e com filhos, o filme vai se desenrolando. Seu marido sempre em guerra, neste momento temos de pano de fundo, as famosas fogueiras para queimar mulheres da inquisição. Sozinha em um enorme castelo, a condessa Bathory se vê atraída por um afeminado pintor italiano, que é um preso de guerra, capturado pelo conde. A condessa e o pintor acabam se tornando amantes, e ele revela que assina seus quadros como Caravaggio.

 O conde acaba sabendo dos devaneios da condessa com o pintor, ele impulsionado, por outro conde que é seu amigo, tentar envenenar o pintor, por um acaso, quem bebe o veneno é sua esposa, a condessa Bathory. É chamada uma mulher, acusada de ser bruxa, ela salva a vida da condessa.
 Vários assassinatos começam à acontecer no reinado, a condessa é acusada pelos assassinatos, por conter o brasão da família nos corpos das vitimas, ela estaria sendo motivada pela bruxa, que havia transformado a condessa em um vampiro, por isso que a condessa sempre mantinha uma aparência jovem. Neste momento que entram em cena dois estranhos espiões da igreja católica, um padre e seu discípulo. O padre é uma espécie de inventor do início do século 17, o que torna o filme um pouco absurdo e surreal, é difícil de imaginar, patins, para-quedas, monocolos, escutas e outras parafernálias da vida moderna desenvolvidas no século 17.

 Há um traidor no reinado que quer derrubar a condessa Elizabeth Bathory à todo custo, depois da morte do conde marido de Bathory. Alguns inimigos são conhecidos, como um pastor protestante que julga Bathory como um demônio e o conde que entregou o caso da condessa como o pintor, que agora é vice-rei e esconde uma paixão por ela. Assim a história vai seguindo, acho que já contei bastante...

 O filme não tem nada de inovador na questão cinematográfica, mas o enredo consegue segurar toda a atenção, é um história incrível de uma mulher injustiçada. O filme soa feminista, mas não exageradamente. Há um equilíbrio perfeito entre a história principal, que é outra visão sobre a conhecida de Elizabeth Bathory. Com histórias secundárias, que são a guerra entre os turcos e húngaros e as diversas mentiras usadas, principalmente contra a condessa pro motivos políticos, sempre com os lideres religiosos apoiando quem está no poder. O filme consegue trazer um assunto atual e mostrar falcatruas e hipocrisias dos que detêm o poder, que ocorrem desde séculos atrás.

 Bathory é um filme maravilhoso por conseguir em quase três horas parecerem apenas uma. Mesmo defendendo rigorosamente Bathory, talvez esta tese possa até estar certa, como os pontos abordados paralelamente. Espero que este filme, que foi o único que dei nota máxima na mostra, entre em cartaz no circuito comercial, um masterpiece, difícil não tecer elogios a este famigerado filme.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cabeça à prêmio (nacional)

Dirigido por: Marco Ricca

Duração: 104 minutos



 Este filme é a estréia do ator Marco Ricca na direção adaptando o livre de mesmo titulo de Marçal Aquino, que já teve o livro o Invasor adaptado para o cinema. A estória se baseia no comércio ilegal de dois irmãos. Abílio e Mirão Menezes. Tive a oportunidade de ler o livro e ele tem uma boa narrativa e um situações interessantes.

 O filme se inicia apresentando alguns dos personagens, como o piloto de avião dos irmãos, Denis, que é um Paraguaio, o chefão Mirao, sua esposa e sua filha Elaine e os capangas Brito e Albano. Todos eles vivem suas estórias separadamente, mas acabam influenciando um na vida dos outros. 

Denis começa a ter um caso com a filha de Mirão, Elaine, com a policia em cima do negócio dos irmãos Menezes, tentando uma prova para incriminá-los. Denis acaba recebendo uma oferta da policia para ser testemunha, como Elaine já havia dito que gostaria de ir embora com Denis, eles armam um golpe para cima de Mirao. 

 Brito e Albano vivem em outra cidade, mas trabalham para os Menezes. Os dois executam serviços para os Menezes, vivem pelos bares, num desses bares, Brito se apaixona por Marlene, uma ex-prostituta que agora é dona de um bar. O relacionamento dos dois não é fácil, Brito que parece tranquilo morre de ciúmes de Marlene que por ser dona de um bar vive sendo cantada pelos fregueses. 

 Protegido pela policia Denis foge com Elaine para o Paraguay, as coisas não estão muito boas entre eles, pois vivem isolados numa casa com um policial vigiando eles a todo momento. Brito larga Marlene e Mirão e Abílio estão como loucos atrás de Denis para se vingarem. Até o encerramento do filme temos a perseguição para encontrar Elaine e Denis.

 Não gosto de falar mal de filmes, mas acredito que este filme não tem um resultado satisfatório, não que eu quisesse um filme como o livro, só que o filme soa como um resumo mal feito do livro, temos partes interessantes cortadas do filme, o filme não tem um bom andamento, por horas, soa como um filme sonolento, não se sabe se o filme é policial de perseguição, tráfico de drogas, ou se é um drama com romances, ou qualquer outra coisa, não que o filme tenha que ter um estilo definido e certinho, mas não tem um direcionamento, talvez queira soar um pouco moderno, mas nem isso chega a ser. A estória do filme ficou chata, não passa nada demais, tem alguns momentos que até a câmera tem uns movimentos ruins, parece que tudo foi feito com pressa. 

 Marco Ricca não foi feliz em seu primeiro trabalho como diretor, penso que ele não acertou em muitas coisas no filme, ficou muita coisa jogada, talvez se o filme tivesse um tempo maior, arriscado mais, detalhado alguns momentos, porque com tantos personagens vivendo em situações diferentes, tudo ficou muito jogado ao vento. Sinceramente me decepcionei com filme, foi a menor nota que dei na votação dos filmes da mostra, uma pena, como já disse, não gosto de ficar falando mal dos filmes, por isso que coloco só filmes que gostei no blog, mas como me comprometi em escrever sobre todos os filmes da mostra que eu assistisse, resolvi ser sincero e escrever o que achei do filme. Espero que o Marco Ricca faça um filme melhor da próxima vez, infelizmente ele estragou como o livro do Marçal Aquino que é bem legal, que é mais dinâmico que o filme.
obs: coloquei a capa do livro, não encontrei o cartaz do filme.
 


A fita branca (Das Weisse Band)

Dirigido por: Michael Haneke

Duração: 145 minutos



 Michael Haneke é um diretor um pouco mais conhecido depois de ter feito o tenso e maravilhoso “Violência gratuita” que já foi resenhado aqui. Teve até um remake hollywoodiano dirigido por ele mesmo. Este filme ganhou o leão de ouro de Cannes este ano. Uma sessão lotada para ver um filme em preto e branco, provavelmente por causa do prêmio em Cannes. Este é um filme difícil de resenhar, porque posso dar a minha interpretação do suspense e estragar o raciocínio de algumas pessoas ou ajudá-las, vou tentar ser o menos esclarecedor possível, quem quiser depois me pergunte o que aconteceu.

 O filme começa com lindas cenas em preto e branco de uma pessoa andando de cavalo, quando o cavalo cai e temos uma tensa cena de um medico que está com dores apos a queda, sua filha e vizinha chamam ajuda. O medico vai para o hospital, fica internado mas não morre, o filme é narrado em off, mas conhecemos o narrador, que é um professor que mora na vila, que é comandada por um barão, o filme se passa na terra natal de Haneke, Áustria. 

 Depois do medico temos outro “acidente” que acontece, desta vez com uma morte. Depois acontecem algumas violências com algumas das crianças da comunidade que assustam as pessoas que não sabem o que fazer, porque não encontram nenhum culpado. Durante todo o filme temos sutis indícios de quem possam ser os culpados pelos atos de violência. O titulo do filme pode ser uma boa ajuda para descobrirmos o que é todo o suspense. Falando em suspense, o filme é muito tenso.

Haneke a todo instante passa imagens e situações que faz com que se sinta, muito angustiado, por não ter respostas, ele vai apenas apontando fatos e não esclarece nada, cenas cada vez mais tensas, chegando a ápices quando temos diálogos que passam uma violência psicológica intensas, como o medico sendo totalmente violento com uma amante, que é parteira do vilarejo. E outras de um pastor com seus filhos, quando eles fazem o que não é da religião deles. Quem viu Violência Gratuita, infelizmente único filme que vi do Haneke, sabe como ele usa a psicologia dos personagens para causar situações muito tensas, a fotografia obscura, o preto na maior parte do tempo se sobressaindo sobre o branco, tendo subexposições macabras e cenas com a câmera estática e alguns momentos sem diálogos e ações intensificam a tensão que o filme vai causando, não há como não ficar angustiado.

 Em paralelo aos crimes temos mostrado a cultura e costumes de um povo que vive um momento pré-guerra na Europa, situações de um pequeno vilarejo que dependem de trabalho que é dado por um barão que comanda tudo o que acontece na cidade, algumas situações de exploração, como as pessoas se relacionavam com os filhos, as situações de pré-casamento e noivado, tudo isto mostrado com sutileza, mesmo inserido num contexto violento de crimes e toda a tensão do filme.

 Não vi todos os filmes que concorreram ao leão de outro este ano, este é um bom filme, não sei se mereceria o prêmio. Apesar de ter saído da sala com a sensação de angustia de não ter entendido o filme, depois de uma reflexão, não tão longa, percebi o sentido da estória e o que o cineasta queria passar. Um suspense que não revela o criminoso no final pode ser frustrante, mas deixar que o público tenha as suas opiniões é ótimo também, só não podemos ter uma conclusão precipitada e inocente, mas os sinais estão todos pelo filme. Uma maravilha de filme, longo, pode lhe causar mal estar, não tem cenas de violência física explícita, mas pode lhe deixar bem mal, principalmente pela tensão, que tanto falei neste texto.


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A batalha dos 3 reinos (Chi Bi)
Dirigido por: John Woo
Duração: 150 minutos


O maior cineasta chinês da atualidade, John Woo, volta as telas com um filme épico, com grandes batalhas, o filme foge um pouco do estilo que o consagrou no início da carreira, como “o matador” e “fervura máxima”, que eram filmes que continham bastante violência e gangsters, incomum para um pais tradicional em filmes de kung fu.

A batalha dos 3 reinos é um filme de época que mostra um exército gigantesco, comandado por um traidor que quer tomar as terras do sul. Duas dinastias do sul formam uma aliança para juntos poderem enfrentar o grande exército, mesmo com a união, ainda tem um número de combatentes muito menor. Toda esta guerra tem como intenção principal de conquistar uma mulher. É a clássica estória do amor causando uma guerra e a valentia e coragem de um exército, os mais fracos contra os mais fortes, talvez possa ser uma metáfora dos oprimidos (fracos) contra os opressores (fortes). Já vimos estórias como essas em filmes como 300, Alexandre, Tróia e diversos outros épicos já lançados.

Como não poderia deixar de ser as cenas de ação dos filme de John Woo são impressionantes, não é à toa que a maior indústria de cinema do mundo, o convidou para dirigir um dos filmes da série “Missão Impossível”. Em filmes de guerra sempre temos os planos gerais onde vemos os movimentos das tropas, como os planos mais fechados, com detalhes dos movimentos de cada combatente e os sangrentos golpes sobre o inimigo, golpes de mão livre, com lanças, espadas e muitas flechas e também golpes de kung fu. São cenas muito bem coreografadas, com movimentos interessantíssimos, que eu ainda não havia visto em outros filmes.

Um dos personagens importantes de toda a estória é um estrategista do exército do sul, é ele que propõe e consegue a aliança dos reinos do sul, para enfrentarem o outro grande exército que deseja conquistá-los. Suas estratégias são as maiores armas em favor do seu menor número de combatentes. A guerra vai seguindo, o grande exército usa de artifícios que hoje em dia seriam considerados os absurdos e inexplicáveis “crimes de guerra”. Como mandar cadáveres infectados com febre tifóide aos inimigos.

O filme é longo, mas como todo bom filme de ação, não se percebe o tempo passando. A batalha dos 3 reinos é um filme agradável de se assistir. Mas pensou eu que não precisaria ter sido feito, porque não tem nada de inovador no filme, tirando um ou outro efeito gráfico computadorizado que parecem quase reais. Mas o enredo, como disse antes, não acrescenta nada, é a clássica estória do “imperador” apaixonado que faz uma guerra para tentar ter seu amor platônico. Talvez a intenção do John Woo foi de fazer um filme para os chineses, mostrando que ele ainda respeita suas raízes e faz um filme mostrando o heroísmo e a história da china, não sei se a história é real. Vale a pena assistir ao filme, mas tenho minhas dúvidas se precisaríamos de outro épico de guerra como esse. É quase indispensável é a fase pós-hollywood de John Woo.

domingo, 1 de novembro de 2009

Insolação (nacional).

Dirigido por: Felipe Hirsch e Daniela Thomas.

Duração: 100 minutos.


 Insolação é um filme-poesia, são raros os filmes que seguem esta linha, por questões, quase óbvias, os produtores não costumam investir em filmes que não há público. A estória do filme se passa na solitária Brasília, com diversos personagens vivendo de alguma forma o amor, aqui a tristeza que o amor pode trazer.

Um poeta, interpretado por Paulo José, recita o que parece ser suas próprias, tudo está escrito em um caderno com páginas arrancadas e enfiadas entre outras páginas. A palavra tristeza escrita em uma solitária folha, são indícios de um filme não muito animado.

 Intercalando as poesias declamadas com imagens estáticas, poeticamente tristes, os personagens seguem interagindo e tentando obter um amor que devido as situações, se tornam impossíveis, vale destacar a solidão de cada um dos personagens, o poeta, um menino apaixonado, a princesa doente, um professor, uma escritora, uma menina apaixonada, um motorista ou cobrador de ônibus, um médico, uma ninfomaníaca, todos vivendo em um local tão solitário quanto eles, em alguns momentos, tive a vontade de estar em Brasília, para sentir esta solidão, que deve ser até perturbadora, o que não acontece em São Paulo, com tantas pessoas, é quase impossível você sentir uma real solidão. Já me disseram que Brasília aos finais de semana se torna um verdadeiro deserto.

Alguns dos personagens se encontram numa espécie de quiosque, moderados pelo poeta, eles vão demonstrando seus sentimentos, através da poesia, não compreendi se as poesias eram de cada um deles, ou apenas poesias do poeta, que se encaixam na vida de cada um deles.

As cenas do filme são muito belas, tanto fotografia, como a dramaticidade, ao passo em que a estória de cada um dos personagens vai se desenvolvendo, mais carregada de tristeza e angustia, as cenas vão se tornando, quase não há sorrisos dos personagens, todos passam sempre uma tristeza que dependendo do estado de espírito do espectador o filme pode ser muito incomodativo.

 Baseado na tristeza que o amor pode trazer, o filme vai sendo narrado através de poesias, é um belo filme, me lembrou os filmes mais poéticos do Win Wenders. Para as pessoas que gostam de poesia e de filmes com imagens poéticas, que soam cansativas ao espectador, mesmo sendo belas. É um ótimo filme, uma bela experiência poética-visual, mesmo com a falta de ação que torna o filme cansativo, principalmente numa situação atual onde temos filmes publicitários que querem prender nossa atenção a cada miléssimo de segundo e a massiva exibição de filmes hollywoodianos no Brasil.

Gosto da estética de filmes como esse, mas confesso, que há de se estar em um estado de espírito específico. Porque senão o filme se torna chato e cansativo, mas é um belo filme, uma ousada, mas nem tanto, atitude dos produtores e diretores, de fazer um filme, que tem um público específico, mas que gostará do filme pela beleza e tristeza que ele passa. Talvez ele passe no circuito comercial, dos cinemas que passam filmes alternativos e vale sim, perder uma hora e vinte minutos, com um filme tão poético.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Quase Elvis (Karaokekungen).

Dirigido por: Petra Revenue.

Duração: 90 minutos.


 Quase Elvis é um filme sueco. Os filmes do norte da Europa na maioria das vezes abordam temas interessantes, falam de problemas existenciais. É claro que em países tão desenvolvidos economicamente, não teriam como falar de pobreza, favelas, fome.

 O filme começa de uma maneira interessante, lembrando o início de “Cães de aluguel” do Tarantino, há alguns homens andando pela rua, chegam em um bar de stripers e ficam conversando sobre assuntos que não envolvem mulheres, na maior parte do tempo. Aqui a estória começa a focar num único personagem, Pirko, que em sueco, parece ser nome de mulher, derepente bêbado, Pirko deixa de falar e começa à dançar com a striper, uma velha chamada, Marilyn, com uma estranha peruca, tentando remeter à Marilyn Monroe. Enquanto Pirko está dançando sua namorada o surpreende com suas malas, o expulsando do apartamento.

 Desolado e solitário Pirko decide que precisa se reencontrar e vai atrás de suas raízes, viaja ao interior ao encontro de sua avó. Sua avó sequer o reconhece e é tão solitária quanto ele, os dois acabam se entendendo e tomam diversas garrafas e vodka, como Pirko diz, os nórdicos tem como droga a bebida. Depois de uma noite de sono, Pirko levanta encontra sua avó ainda no sofá, ela está morta. Pirko não sabe muito como agir. Ele lembra um pouco o personagem Lebowski, do filme “O grande lebowsky” dos Irmãos Coen, que não liga muito para o que está acontecendo, gostaria apenas de ficar tranquilo, em paz com suas coisas, mesmo Pirko tendo algumas deficiências afetivas causadas pela solidão. No Brasil poderia ser comparado ao estéreotipo que temos dos bahianos, tudo muito tranquilo, na paz. Agora Pirko não sabe como encontrar suas raízes. Vela sua avó somente com um padre, depois crema ela, sobram alguns objetos e ossos, Pirko fica com uma bola de metal, que não é realmente uma bola, já que, falta um pedaço.

 Triste, Pirko vai até um bar e se embriaga, canta um pouco de Elvis e deixa os poucos freqüentadores do bar extasiados com a potencia de sua voz com a de Elvis Presley, a sorte de Pirko é que o local é um bar de Karaokê em algumas noites. Ao acordar no outro dia, seu cabelo e costeletas estão iguais à do rei. Pirko começa a fazer sucesso, chega até a ganhar o apelido de rei do karaokê depois de algumas etapas, ele a uma final de karaokê, todos esperam a reencarnação de Elvis, alguns até começam a acreditar que ele é Elvis, já que há a lenda de que Elvis não morreu, apesar de Pirko não ter idade para ser Elvis. Isto incomoda bastante Pirko que gostaria de ser conhecido como ele mesmo, de ter feito amigos por ser quem ele é, assim o filme vai caminhando para um belo final.

 O filme tem situações surreais que em momentos acrescentam à narrativa, em outros achei desnecessários, talvez por não compreender alguma metáfora. Há vários personagens excêntricos, que se tornam bizarros, confesso que os adoro. Estes personagens vivendo situações estranhas e até engraçadas pela sua peculiar beleza absurda. Acredito que a diretora, que por causa do, já quase inaceitável, trânsito de São Paulo, não pode apresentar a sessão, acertou em tudo no filme, Quase Elvis é daqueles filmes que você sai do cinema sabendo que gostou, só não consegue explicar porque, de tão envolvido que se fica com o enredo, são tanto os motivos que fazem deste, um ótimo filme.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Transcendendo Lynch (nacional).
Dirigido por: Marcos Andrade.
Duração: 84 minutos.


 Este filme é um documentário feito durante a vinda do artista norte americano, conhecido principalmente por seus filmes, David Lynch ao Brasil, ele esteve por aqui este ano, se não me falha a memória para divulgar o lançamento do seu livro, “Em águas profundas” sobre seu processo de criação influenciado pela meditação transcendental. 

 Como todo documentário temos uma visão do que ocorreu por aqui, temos todos os momentos de Lynch com o público e como ele é idolatrado por aqui, principalmente pelo seus filmes, e nem tanto pelo seu entendimento da meditação transcendental, seu principal motivo de vinda ao Brasil, reconheço a livraria cultura em São Paulo e a FAAP, em palestras/conversas que ele fez por aqui. Lembro muito bem da época que ele esteve por aqui, infelizmente não pude pegar um autografo dele em meu livro, o que me dá uma certa nostalgia negativa, já que é meu cineasta favorito.

 Fui ver este filme, que teve sua primeira exibição pública na Mostra deste ano, inclusive ao final da sessão teve um breve bate-papo com o diretor Marcos Andrade, a sessão estava vazia, bem aquém do que eu imaginava que estaria, talvez por ser uma terça-feira com muita chuva em São Paulo ou porque o filme terá mais três exibições na mostra ainda.

 Quanto ao filme, ele tem diversos momentos diferentes em questão de imagens, várias cenas de peixes, que podem remeter ao livro, que fala bastante através de metáforas usando os peixes. Imagens de bastidores, com o vice-presidente da David Lynch Foundation, que o próprio Lynch chama de Bobby, um velho musico que chegou a tocar com os Beatles, que agora não me lembro o nome e as pessoas que organizaram os diversos eventos em que ele esteve envolvido. As entrevistas com Lynch são muito naturais, lembra bastante algumas conversas mais filosóficas que temos com amigos em bares, durante uma viagem, é bem interessante o direcionamento das imagens quando Lynch está falando de meditação transcendental.

 Temos os momentos de suas palestras, onde ele fala bastante de seus filmes, ou não, muitas das dúvidas que seus filmes deixam, não são esclarecidas em suas entrevistas, ele simplesmente nega explicar algumas das situações surreais que estão em quase todos os seus filmes. As vezes parecendo até tirar um sarro dos estudantes de cinema que devem se preocupar tanto em explicar seus filmes, que esquecem de perceber outras experiências que seus filmes possam passar. Neste documentário ele parece mostrar que entendemos o filme através de sensações que talvez não consigamos explicar com palavras, assim acredito eu, que os filmes dele expressam, alem de suas metáforas e mensagens maquiadas, um modo de sentir sem explicar, através do surreal.

 A relação de Lynch com o público é mais serena possível, mostrando a calma de um budista, diferentemente da tensão e da violência de seus filmes, Lynch tenta tratar todos com a mesma atenção e carinho, dos mais diversos, diferentes e bizarros que as pessoas que vão até ele possam parecer. Uma visão do público também é mostrado, dizendo o que acham de Lynch, desde as mais estranhas declarações, até as mais filosóficas e apaixonadas. Temos cenas de pessoas entregando bilhetes, sendo autografadas no corpo e até desenhando para o famoso blogueiro que pede para as personalidades desenharem hipopótamos.

 O filme tem uma ótima trilha sonora, bem ao estilo dos filmes do próprio Lynch, causando sensações que a musica intensifica com as imagens, momentos de influências de imagens de Lynch também estão pelo filme. Alguns momentos temos a sensação de um Lynch profeta que prega a meditação transcendental e que a todo momento fica ali, pregando e pregando, como se este método de meditação fosse a solução para o planeta. O que me leva a pensar que num lugar como o Brasil onde uma boa parte da população não tem o que comer, se torna estranha e inimaginável. Visto por este lado o filme se torna pretensioso e inocente ao mesmo tempo, pois, a figura de Lynch é tão serena e calma, contrastando com seus filmes que você pode até acreditar naquilo que ele tanto prega.

 É um bom filme, que deve ser visto, talvez, por fãs do Lynch que devem imaginar que ele é um louco, por fãs de meditação transcendental que desejam se instruir com um dos mais importantes praticantes e até mesmo para as pessoas que desejam ter mais conhecimento através deste documentário, você pode não sair de lá querendo praticar a meditação, mas tem algumas frases que você pode usar em sua vida. Lynch é magnífico, um maravilhoso filme feito aqui no Brasil por um cineasta brasileiro que merece todo o mérito por ter  um documentário tão sensível e apaixonante por uma idéia e uma pessoa.

OBS: Não encontrei o cartaz do filme na net, coloquei uma foto do Lynch mesmo.


Ibrahim Labyad (Idem)
Dirigido por: Marwan Hamed
Duração: 134 minutos.


 Outro filme da Mostra Internacional de São Paulo que fui ver com certo receio, na verdade este era segunda opção, já que o outro filme que gostaria de ter assistido estava com a sessão lotada, fato recorrente para mi na mostra deste ano, resolvi assistir a este mesmo, para não ficar no vácuo.

 Ibrahim Labyad começa com cenas um tanto violentas, ouve-se alguns ruídos de aflição pela platéia. Logo em seguida há um jovem correndo por becos, com câmera ao estilo Cidade de Deus, depois vemos o mesmo garoto só que já adulto correndo pelos becos e um outro homem também em fuga, as cenas são bem coreografadas e temos até algo que beira o “Le Parkour”, fico um pouco decepcionado por me lembrar em muito o filme Cidade de Deus. Um dos homens que corre é o que dá titulo ao filme, Ibrahim, o outro seu amigo.

 Os dois estão em uma casa, aparentemente de Ibrahim, tirando ferpas que ficaram nas costas de Ibrahim durante a fuga deles. Percebem que foram enganados e não estão com a mercadoria que roubaram. Ibrahim resolve tirar a situação “à limpo” e vai até a área de uma gangue e começa a desafiar todos os capangas, voltam as cenas de ação pelos becos de alguma cidade do Egito. O filme é bem violento com constantes facadas e muito sangue e ação. Ibrahim vai lutando até que é cercado por vários homens e começa a apanhar até que um senhor com uma metralhadora dispara para o alto e dispersa o tumulto. Ibrahim agora é interrogado pelo chefe da gangue, um senhor que em alguns momentos lembra o “padrinho” do poderoso chefão, em certos momentos até chegam a chamá-lo como tal. Ibrahim então é recrutado para trabalhar para o padrinho, ele faz uma única exigência para o padrinho, que possa trazer seu amigo e escudeiro.

 Ibrahim se apaixona pela mulher errada, a única que o seu agora chefe deseja e nunca teve, Ibrahim planeja fugir com ela, mas alguns empecilhos com o passado de suas famílias acabam por afastá-los. Ibrahim vai preso por ter sido entregue, passa um tempo na prisão, seu amigo continua trabalhando para o padrinho. Depois de solto, Ibrahim resolve que não quer mais trabalhar para o padrinho, agora vai ter seu próprio negócio, isso gera um certo conflito com o padrinho, que agora está casado com a mulher que Ibrahim estava apaixonado, o padrinho também era apaixonado por ela, só que ele nunca a teve, depois da morte da mãe dela, ela resolveu casar com o padrinho, desde que ele não a tocasse. Ibrahim vai preso novamente, por causa de outro delator, depois de outro tempo preso ele sai, resolve continuar com seus crimes, Ibrahim agora vive bêbado, mesmo assim resolve enfrentar o padrinho e toda a sua gangue.

 Um encontro final é marcado e mais violência é o cenário para a resolução da estória. O filme lembra bastante a estética do Cidade de Deus, inclusive o roteiro, com cenas de violência em locais carentes dominados pelo crime. No entanto, há diferenças que fazem deste filme, um bom filme, como as cenas de ação e violência que superam o CDD, mesmo com um enredo recheado de clichês de filmes de gangsters, só que este é situado num local muito pobre.

 Provavelmente este filme não esteja no circuito comercial brasileiro, principalmente por ser um filme Egipicio, ao menos não me lembro de nenhum outro filme do Egito passando por aqui, fora dos circuitos de festivais. Quem ainda puder ver tem sessões ainda na mostra. Ou talvez encontre em algum site de filmes cults e undergrounds pela net afora. A pirataria globaliza algumas destas obras. já que pelas vias legais, em países como o Brasil, infelizmente, pelos mais diversos motivos, priorizam os filmes, ditos, blockbusters. Enfim, veja se puder.



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

À procura de Elly (Darbareye Elly)
Dirigido por: Asghar Farhadi
Duração: 119 minutos.


 Este é um filme Iraniano, que fui ver com certo receio, mas, tentando fugir dos filmes que provavelmente entrem em cartaz no circuito comercial, achei que deveria arriscar.

 A estória se passa no Irã. Um grupo de amigos, a maioria casados e alguns até com filhos. Apenas um casal sequer é de namorados. Eles estão indo a uma viagem ao interior, passarem um final de semana relaxando e se divertindo, fugindo de suas rotinas habituais.

 Logo quando chegam a casa onde deveriam apenas pegar uma chave do local onde ficariam, acontecem divergências, que levam a um stress. Eles acabam indo para uma velha e abanonada casa, que está com os vidros destruídos e toda suja. É uma casa á beira do mar, limpam a casa e começam a se divertir, cantando, dançando, e fazendo algumas brincadeira, o que parece ser bem típico deste povo. O diretor neste momento consegue passar muito bem a sensação de tranqüilidade e diversão. Todos os casados ficam empurrando os dois solteiros a todo momento, chegando a contrangê-los.

No dia apos a chegada deles, todos estão tranqüilos, uns se divertem jogando vôlei, outros com as crianças que brincam na praia. A mulher solteira, Elly, diz que precisa ir embora, sua amiga diz para que ela fique mais e não deixe que ela vá embora. Elly muito contrariada acaba ficando e vai à praia cuidar das crianças, uma brinca no mar, outra na areia e outra tenta empinar uma pipa. Elly começa a se divertir enquanto faz a pipa voar, até que diz que é hora dela ir embora.

 Uma das crianças vem chamar o pai porque a criança que estava na água está se afogando, neste momento começa uma tensão absurda, a câmera no ombro ajuda a intensificar em muito a tensão, eles não conseguem encontrar a criança, até que um dos homens encontra e a leva para a areia para a respiração boca-a-boca. Depois de um breve momento de tranqüilidade, perguntam-se onde está Elly, ela que devia estar olhando as crianças, começam a procurá-la no mar, volta a tensa situação de procurar alguém no mar nervoso e turvo, mesmo com a busca das autoridades, nenhum corpo é encontrado.

 Agora surte a dúvida se ela realmente se afogou ou simplesmente foi embora, sem se despedir, a todo momento temos indícios que ela foi embora, paradoxalmente com indícios de que ela se afogou, a angustia e a tensão vão se intensificando, junto com discussões e brigas entre as pessoas da casa que tentam resolver o mistério do sumiço de Elly. Nenhuma dúvida tanto dos personagens, quanto dos espectadores são sanadas. A tensão fica até o termino do filme, com várias situações explicando e confundindo a resolução da estória, mesmo depois de terminado o filme continua a sensação de angustia, causada pelas mais de uma hora de suspense pertubadoramente angustiante.

 Mesmo com toda a tensão inserida no filme, tem um bom ritmo, o clima criado é magnífico no sentido de, volto à frisar, uma tensão perturbadora e totalmente angustiante, a ponto de desejar que o filme acabasse logo. Vale a pena ver um filme Iraniano que em nenhum momento bate na tecla do terrorismo ou de política. Um filme que em países não-desenvolvidos também podem ter uma boa estória, ainda estou à procura de Elly em minha mente.



Sede de Sangue (Thirst) 
Dirigido por: Park Chan-Wook
Duração: 133 minutos


 Park Chan-Wook que dirigiu a trilogia da vingança com o maravilhoso Old Boy e Mr. Vingança que já esteve aqui no blog. Em época que os vampiros estão em moda pelos jovens através da saga Crepúsculo, que não tive a infelicidade ainda de ver, vemos um filme de vampiro com um dos mais importantes cineastas da atualidade. O titulo nacional apesar de adequada poderia ser outro, muito óbvio para um filme nada óbvio.

 O que se espera de um filme de vampiros? Sangue, crucifixos, mulheres maravilhosas com os seios à mostra, dentadas, caixões, mortes, aversão ao sol e sede por sangue. Encontramos isto tudo neste filme, só que aqui tem muito mais, o óbvio passa bem longe, flertando inclusive com o humor e o absurdo de uma vida normal.

 Um padre, Sang-hyon, depois de viver uma crise que não sabe o que deve fazer da vida, resolve participar de um experimento que parece ser para tentar achar uma cura para a lepra, hoje politacamente correto, Hanseníase. Dos quinhentos voluntários ele é o único que consegue sobreviver, por causa, de uma transfusão de sangue que ele teve, ele teria recebido o sangue de um vampiro.

 O padre começa a ficar conhecido por curar todos que ele toca ou reza, com a fama uma família acaba chamando ele, ele ajuda a família, que eram velhos amigos. Ele começa a freqüentar a casa da família e tem uma atração pela esposa do rapaz que ele salvou do câncer. Tae-joo é o nome dela, ela sofre de sonambulismo, ao menos diz isso para o marido e para a sogra, na verdade ela sai correndo descalça pela rua. Os instintos de vampiro começam a aflorar no padre, ele precisa sempre de sangue para continuar vivendo, começa a pegar sangue de doentes em coma no hospital que era voluntário.

 A estranha atração do Padre por Tae-joo acaba num estranho encontro na loja da família, onde eles começam a transar, em uma cena bem esquisita, nada sensual, com o absurdo de duas pessoas que estão tão necessitadas que não pensam no que estão fazendo direito. Todas as cenas de sexo do filme são maravilhosas, por não serem apenas cenas de duas pessoas transando e sim um estranho movimento de duas pessoas se conhecendo, usando de posições e situações nada convencionais, que trazem para o filme, uma beleza, que beira o cômico.

O padre acaba tendo que matar para conseguir se alimentar, ele chega a matar Tae-joo que é ressucitada, depois de chupar o sangue do Padre. Ele já havia matado o marido de Tae-joo e a mãe dele, estava em estado vegetativo. Os dois viram um casal de estranhos vampiros, um Padre e uma ninfomaníaca, louca para se soltar, se revelar para o mundo. Tae-joo começa a matar muitas pessoas para saciar a sua sede, o padre que mantêm a sua moral cristã, não aceita isso, eles começam a ter uma estranha briga de casais, até que procuram uma saída nada normal, com uma cena final que beira o absurdo, pela situação nada real, e uma beleza fotográfica surpreendente.

 Como a trilogia da vingança, o filme tem um escatologia acima da media, o que deve ser esperado pela maioria dos fãs do cineasta, cenas surpreendentes tanto pela beleza fotográfica, como pelas incríveis situações criadas pelo roteiro, temos cenas de pesadelos, causados pela culpa de assassinato, como um caixão feito com um velho guarda-roupas, para que o Padre conseguisse dormir. Um ótimo filme, vale muito a pena, deve estrear em janeiro nos circuito comercial.


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)

Dirigido por: Quentim Tarantino

Duração: 162 minutos




Como um grande admirador dos filmes do Tarantino não é de se esperar que este fosse um dos filmes mais esperados por mim para este ano, desde Bullet Proof que vinha esperando este filme de guerra do Tarantino. Fui assistir no final de semana de estréia num cinema de shooping com bela estrutura, o problema são as pessoas que acham que estão em casa ao verem um filme no cinema e ficam fazendo comentários desnecessários durante a sessão. Mas vamos ao filme.


Logo de início temos uma cena um pouco atípica dos filmes do Tarantino, ao menos não se viu muito nos filmes anteriores, uma cena mais visual com bela fotografia, quase sem ação e diálogos, um fazendeiro francês está em sua fazenda trabalhando quando um grupo de nazistas chega para interrogá-lo, em sua casa suas três filhas ficam aguardando novas ordens do pai. Um grande diálogo segue entre um comandante da SS nazista e o fazendeiro, até que o fazendeiro acaba se rendendo e entregando o que escondia, só que uma das pessoas escondidas consegue fugir.


Agora é o momento de conhecermos o grupo Basterds, que é um grupo de extermínio de judeus, entre eles o tenente Aldo Raien que é interpretado por Brad Pitt, vemos cenas do recrutamento do grupo, que admissão de alguns integrantes, no primeiro momento percebemos até um grupo de retardados, mas são um grande e violento grupo de extermínio de nazistas, talvez por isso nos simpatizamos logo de cara, muitos gostariam de ter a oportunidade de matar nazistas na época da segunda guerra, é a velha estória de usar a velha desculpa “olho por olho, dente por dente”. Tem algumas cenas levemente

brutais como um soldado que usa de um bastão de beisebol para exterminar suas vitimas e todos nazi

stas mortos tem que ser escapelados para levar o escalpa para o tenente.


Seguindo a estória conhecemos uma das personagens principais que é a Soshanna, uma proprietária de um pequeno cinema na cidade de Paris que tem um admirador, um soldado Frances que matou mais de trezentos judeus sozinho durante três dias. Então Goebboels, o famoso publicitário do nazismo, fez um filme sobre as proezas do rapaz,que interpreta ele mesmo no filme, o rapaz então apaixonado pela dona do cinema quer que a estréia seja no cinema dela, o diretor e toda a SS acaba aceitando a exigência do rapaz.


Os Bastardos Inglórios querem estar nesta estréia, que terá entre eles todo o maior escalão do exército nazista, inclusive o próprio Hitler. No início o plano parece ser perfeito, só que vários imprevistos tornam o plano cada vez mais impróprio de ser executado, mesmo com diversas dificuldades os Bastardos entram na Premiere do filme, com várias cena estranhamente engraçadas, penso que o filme perde um pouco da elegância, propositalmente é claro, mas deixa muito sarcástico e caricatos os “heróis” do filme. Seguindo o plano que tem várias coisas estranhas, o filme ruma para um final um tanto quanto surpreendente cheio de influências de outros filmes, principalmente em planos de câmeras.


Confesso que sai do cinema um pouco decepcionado, mesmo não tendo percebido que passou tão rápido as mais de duas horas dentro do cinema, pra mim faltou um pouco mais de violência e também dos ótimos diálogos do Tarantino, mas é um filme bom, com ótimo atuação de todos, como sempre o Tarantino é um ótimo diretor de atores, ele colocou mais cenas visuais o que não era tão característico dele, apesar de Kill Bill vol.2 ter bastante. Refletindo e pensando quero ver o filme novamente, é um bom filme, vale a pena.


À prova de morte (bullet proof)

Dirigido por: Quentim Tarantino

Duração: 110 minutos


Este filme do Tarantino foi feito em parceria com outro filme de Robert Rodriguez “Planeta Terror” que deveria ter saído juntos em uma série chamada Grindhouse, essa serie é uma homenagem aos filmes de horror thrash splatter dos anos 70 e 80. Só que aqui no Brasil a distribuidora achando que os dois filmes não dariam dinheiro em uma única sessão os lançou separados. No começo de 2008 foi lançado Planeta Terror e até hoje À prova de morte ainda não foi lançado no Brasil, está previsto o lançamento no próximo mês. Quem teve a oportunidade e sorte pode ver os dois juntos na mostra internacional de cinema de São Paulo no final de 2007, única exibição dos dois seguidos no Brasil que eu fiquei sabendo.


O filme do Tarantino era para ser o segundo a ser exibido, temos a estória de algumas amigas que saem para se divertir em uma noite, vão até um bar, onde o próprio Tarantino é dono, e bebem, dançam, rirem, namoram e conhecem estranhos freqüentadores.


Uma destas amigas é uma locutora de rádio que diz que se alguém encontrar uma das amigas dela que é uma atriz, ganhará uma dança sensual especial, só que o felizardo ou felizarda deve encontrá-los até determinada hora, um dos freqüentadores do bar, um tal de Dublê Mike, um dublê de carros em filmes, reconhece a moça e diz tudo que precisa para ganhar a dança, por se tratar de uma brincadeira da amiga ela não quer cumprir o trato, mas acaba cedendo e faz a dança para o Dublê Mike.


O bar já está quase fechando quando as moças vão embora e o Dublê Mike ainda está por perto, elas vão embora e Dublê Mike acaba dando carona para uma garota. Dublê Mike vai em seu carro de dublê onde tem uma gaiola onde ele diz ser à prova de morte, e a garota vai num banquinho fora da gaiola. Dublê Mike segue pela estrada e de repente começa a acelerar, ele passa o carro das amigas que estavam no bar e depois de um tempo ele vira o carro e volta, vai de encontro com o carro das amigas, os dois carros se chocam em alta velocidade, provocando um brutal e gore acidente de trânsito. Neste momento há closes de pernas decepadas, membros voando, esfoliações e etc. Parece que o filme acabou, mas continua. Dublê Mike mesmo estando ferido volta a andar com sua máquina a prova de morte.


Ele procura outro grupo de mulheres lindas, gostosas e indefesas, acaba encontrando outro grupo de mulheres. Elas estão se encontrando depois de algum tempo sem se verem, elas querem viver aventuras, inclusive uma delas é dublê também, só que não de carros. Começa uma nova perseguição, apos as garotas conseguirem testar um Porsche antigo, elas estão na estrada e o Dublê Mike inicia suas batidas na traseira, só que ele não sabia que as garotas desta vez também sabem pilotar, e um racha mortífero entre Dublê Mike e as garotas.


Este é um dos filmes do Tarantino que apresenta toda a estética que ele usou em seus filmes anteriores, desta vez aplicada no filme thrash de perseguição de carros, lembrando em alguns momentos “Faster Pussycat Kill Kill” filme que reza uma lenda pela internet que ele faria um remake. Aqui temos os maravilhosos diálogos característicos de suas obras, um belo filme do Tarantino, que talvez tenha ficado apagado por não ser tão Cult como seus outros filmes e nem tão gore/splatter como o filme do Rodriguez Planeta Terror, mas vale muito a pena ser assistido.


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Música: Psycho Therapy
Artista: Ramones


Lançamento do curta-metragem em São Paulo no Cine Olido dia 16 de outubro.

"Ninguém Deve Morrer" é um faroeste musical gore de humor negro com ritmo das boas músicas bregas dos anos 60/70.

CICLO DE CINEMA INDEPENDENTE BRASILEIRO
DE 13 A 18/10
IDADE RECOMENDADA: 16 ANOS
INGRESSO: R$ 1,00 (INTEIRA) E R$ 0,50 (MEIA)

Dia 16/10 – sexta-feira 19h30 SESSÃO DE ESTRÉIA NINGUÉM DEVE MORRER
(Santa Catarina, 2009, vídeo, 30’ , cor, exibição em dvd)
Direção: Petter Baiestorf
Elenco: Gurcius Gewdner, Elio Copinni, Ljana Carrion, André Luiz, Coffin Souza, Jorge Timm, Alejandro Gutierrez, Lane ABC, Insekto

Dia 17/10 – sábado 15h DEBATE SOBRE A PRODUÇÃO DE CINEMA INDEPENDENTE NO BRASIL COM A PRESENÇA DE PETTER BAIESTORF, FERNANDO RICK, IVAN 13P E GURCIUS GEWDNER.


LOCAL, ENDEREÇO E TELEFONES:
Cine Olido
Avenida São João, 473 - Centro - SP/SP
Ao lado da Galeria do Rock
Metrô São Bento (linha azul), República (linha vermelha)
Telefone: 11- 3397-0170

sábado, 3 de outubro de 2009

Música: Parafuso na cabeça

Artista: Rogério Skylab

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O fabuloso destino de Amelie Poulain (Le fabuleux destin d’Amelie Poulain)
Dirigido: Jean-Pierre Jeunet
Duração: 122 minutos


Para completar o mês com filmes Franceses, escolhi O fabuloso destino de Amelie Poulain, já tinha colocado o Pierrot Le Fou da Nouvelle Vague, Persepolis que concorreu a melhor filme em Cannes e melhor animação no Oscar, Boise-moi um filme mais underground com violência psicológica e carnal e Canções de Amor que é um musical romântico.

Amelie Poulain é bem conhecido, principalmente em São Paulo, por estampar camisetas, canecas e eco-bags, tornou-se um filme muito visto depois que saiu em DVD, certamente um filme que agrada mais o público feminino.

A personagem principal do filme é justamente Amelie Poulain uma solitária menina que cresce em casa, junto de um pai distante emocionalmente e uma mãe que vive surtando. Amelie vive mais no seu mundo imaginário do que no mundo real, seu único amigo na infância era um peixe que tinha uma tendência suicida.

Amelie enfim cresce e vai morar sozinha e trabalha em uma lanchonete, sua vida é solitária e monótona. Até que a morte de Lady Di muda a sua vida. Em um estranho acontecimento, o filme é cheio de estranhos e bizarros acontecimentos, ou poderiam ser interpretados como sutilezas do dia-a-dia que passam despercebidas, mas que fazem uma grande diferença em nossos dias sem que percebamos. Amelie encontra em um buraco em seu banheiro uma caixa com lembranças de uma criança, ela resolve encontrar o dono e lhe devolver a caixa.

Depois da virada do encontro da caixa, Amelie decide que far· o bem ao próximo, numa tentativa de altruísmo que beneficiar· as pessoas que vivem ao seu redor, como um jovem que trabalha para um agressivo quitandeiro que o vive esculachando, um velho que tem doença grave nos ossos, um homem obcecado por uma ex-namorada e uma mulher hipocondríaca e uma velha moradora do seu prédio que acha que seu marido a abandonou e morreu.

Amelie começa a ajudar as pessoas mas o velho que não sai de casa por causa de sua doença de fragilidade nos ossos, diz que ela precisa cuidar de si mesma tambêm, que ela precisa encontrar alguém. … interessante que em tempos de tanto egoísmo e individualismo no mundo o filme propõe que olhemos por um outro lado, estamos tão preocupados com questões pessoais que esquecemos de que vivemos em sociedade e Amelie é um antagonismo disto, uma pessoa que soa estranha, que acaba ficando sozinha por causa de algumas de suas opções.

Ela encontra um certo rapaz tem que estranhos hábitos, entre eles o de coletar fotos de lixeiras próximas de máquinas instantâneas de fotografias, Amelie começa um jogo de conquista com o rapaz, ele tambêm é solitário e Amelie acredita que seus gostos e situações sociais são tão parecidas que eles podem se dar bem, fazendo outro antagonismo no filme, de que os opostos se atraem, aqui os iguais se atraem.

Este filme mostra que um romance pode-se tornar um bom filme de arte, antagonizando novamente com os filmes de comédia romântica tão famosos nos EUA e Brasil, talvez se este fosse um filme de Hollywood faria tanto sucesso como as comédias românticas que se vê nos cinemas de shoopings do Brasil. Aqui temos uma ótima fotografia, personagens fabulosos, alguns schegam a ser tão absurdos e tão reais ao mesmo tempo que pensamos até conhecer alguns deles. O roteiro também é maravilhoso, apesar do filme ter duas horas, não é cansativo, ele tem uma narrativa quase de filme de ação, o que deixa a estória muito agradável e dinâmica.

Antes de Amelie Jean-Pierre Jeunet tinha dirigido um filme da saga do Alien e decidiu fazer um filme com algo que mostrasse um lado mais sensível e bom da humanidade, É claro que temos ainda algumas maldades que Amelie acaba fazendo, o que tira o lado de bondade cristã. Ela faz maldades com quem merece, isso acaba isentando seus atos perante o público que sempre almeja a justiça. Apesar de ter como linha principal de narração a solidão e o encontro de um amor por Amelie e isso ser feito principalmente em filmes que agradam preferencialmente as mulheres, temos uma bela estória que agrada a qualquer um. Um filme sobre bondade acima de tudo. Sobre como vemos a bondade, levando bondade a quem merece.

Assista este grande filme que você não irá se arrepender, grandes estórias são sempre imperdíveis independente da forma com a qual são narradas. O dvd tem ótimos extras que acrescentam ainda mais a esta grande obra do cinema francês. Não é a toa que estampa a moda de uma das maiores cidades do mundo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Canções de amor (Les Chansons D Amour).
Dirigido por: Christophe Honoré.

Duração: 91 minutos.


Pode parecer estranho um filme com o título de canções de amor aqui no blog, é um filme sobre este sentimento tão confuso e estranho, é um musical moderno, é um filme sobre morte, ainda vou fazer um tese que todo filme europeu fala de morte. Enfim, um filme francês que participou da seleção oficial do festival de Cannes de 2007.

O filme é dividido em três partes, a primeira é chamada de A Partida, temos um personagem principal que se chama Ismael, ele tem uma namorada, Julie, na verdade descobrimos que são duas namoradas, a outra é Alice. Eles vivem um romance a três. Os relacionamentos a dois já são complicados, em três os problemas são maiores, mesmo assim eles parecem viver bem, mesmo com algumas discussões sobre relacionamento que parecem agredir principalmente Julie. Julie parece não estar feliz, mesmo com Ismael dizendo que ela é a preferida e que ele só ama a ela. Alice também não parece se preocupar com o amor dos dois. A primeira parte do filme se encerra com a morte de Julie por ataque cardíaco.

A segunda parte da estória é intitulada de A Ausência. A família de Julie era bem ligada a Ismael, e sua irmã mais velha está preocupada com Ismael, ou tenta encontrar nele o que restou de sua querida irmã. A todo o momento ela parece querer controlar o que ele faz. Ismael não está muito bem, Alice não continua com ele, faz coisas que talvez não fizesse quando Julie estava viva, como sair com uma garçonete e ter um relacionamento homossexual. O que mais prende Ismael agora é Erwann, um jovem estudante, apaixonado, intenso. O ponto de virado da segunda para a terceira parte é a possível consolidação do romance entre Ismael e Erwann.

A terceira parte é O Regresso, com a família de Julie ainda preocupada com o Ismael, ou talvez tentando lidar com a perda de Julie de um modo um tanto quanto estranho, ainda se apoiando em Ismael para tentar lembrar bem da filha e irmã. Ismael se sente confuso, não sabe muito bem se deve ficar com Erwann, Alice parece que não está em seus planos. O desfecho é tranqüilo, talvez o esperado pela maioria.

O filme conta com diálogos comuns misturados com músicas que ajudam a contar a estória, eu não rotularia o filme como um musical apenas, há mais em Canções de Amor, as canções são algo para acrescentar na estória e não apenas musicas e coreografias que aparecem do nada e sem sentido, como a maioria dos musicais, principalmente os americanos. Tem um roteiro bom, com diversos momentos interessantes, sempre focados na questão do sentimento de amor que uma pessoa pode desenvolver por outra. Vale a pena por ser algo diferente do que se costuma ver em comédias românticas que geralmente focam no amor que no final sempre dá certo. Apesar de Canções de Amor não ser uma comédia romântica. É um drama musical. Ou algo que segue mais ou menos esta linha de raciocínio de estória e estética fílmica.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Foda-me (Baise-moi).
Dirigido por: Virginie Despentes e Coralie Trinh Tih.
Duração: 72 minutos.

Baise-moi, que em português ganhou dois títulos diferentes, Foda-me e Estupre-me, não sei se o filme chegou a ter uma versão oficial nacional.

Uma ex-atriz pornô, Manu, que agora vive pedindo dinheiro emprestado para o irmão, está cansada da vida de sexo e dos homens. Até o momento em que ela resolve largar sua vida e tentar, através de modos não convencionais, fazer o que deseja. Nadine, uma prostituta, também esta cansada de sua vida, briga com a colega de quarto e seu melhor amigo lhe deixa. As duas por acaso do destino, acabam se encontrando e sai em um roadie movie em busca de realizar seus desejos.

Para conseguirem dinheiro para a aventura, elas usam da violência e de golpes, grandes e pequenos. Entre um assalto a mão armada e a transa com jovens em quartos de motel, elas conversam e se divertem. A diversão delas não é muito comum, atiram sem um motivo aparente. A violência neste filme é bem acentuada, desde cenas de estupro, até tiros e espancamento.

Imaginem duas mulheres revoltadas com os homens e até mesmo com o modo que encaramos o sexo. Elas estão em fúria, querem se divertir, querem prazer, mas também querem matar e deixar um rastro de sangue por onde passam, na jornada, matam que tentar atrapalha-las, desde vendedores, policiais, amantes e transeuntes.

Um grande golpe é armado, elas conseguem obter sucesso em suas empreitadas, a policia não é tão inteligente, ninguém imagina quem elas são. O próximo passo delas é sempre inesperado, não há um padrão, não há planejamento, na verdade parecem duas “porra-loucas” que querem curtir a vida, deixar de viver nos padrões sociais, alguns podem julgá-las de loucas, desreguladas. Talvez a violência que sofreram, julgo o ato delas, a revolta é tão grande que se voltar contra a sociedade chega a ser um ato natural. Duas anti-heroinas atrás de um sentido para suas vidas. Uma versão junkie e violenta de Thelma e Louise.

Não é um grande roteiro, mesmo tendo um dos finais mais interessantes que vi ultimamente, a violência as vezes passa a ser exagerada, as cenas de sexo explicito também são um pouco forçadas, acredito que não precisariam. Só que a carga emocional e todo o questionamento dos modos tradicionais que temos que aceitar para poder viver em sociedade, vale perder pouco mais de uma hora neste filme.